Bônus verdes

O que são os bônus verdes e para que são utilizados?

Investimentos Empresa

Os bônus verdes estão destinados especificamente ao financiamento ou refinanciamento de projetos verdes, isto é, sustentáveis e socialmente responsáveis em áreas tão diversas como: energias renováveis, eficiência energética, transportes limpos ou gestão responsável dos resíduos. A Iberdrola se consolidou como o maior grupo emissor de bônus verdes do mundo; e no início de 2021, realizou a emissão do maior bônus verde híbrido da história, no valor de 2 bilhões de euros.

BonosVerde
Principais usos dos fundos de um bônus verde.

O que são os bônus verdes?

Os bônus verdes são um tipo de dívida emitida por instituições públicas ou privadas para se financiarem e, ao contrário de outros instrumentos de crédito, eles comprometem o uso dos fundos obtidos com um projeto ambiental ou relacionado às mudanças climáticas.

Em 5 de julho de 2007, o Banco Europeu de Investimentos (BEI) lançou pela primeira vez uma emissão muito especial: os bônus verdes. Mas o que são esses bônus verdes e por que são tão relevantes? Eles podem ser diferenciados pelos seus objetivos: financiar projetos que contribuam para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável — o número 7 (energia acessível e não contaminante) e o número 13 (ação pelo clima) —.

Principais usos de os bônus verdes

Os bônus verdes são usados inteiramente para projetos verdes que causem um impacto positivo no meio ambiente. Entre os quais:

Princípios dos bônus verdes

Iberdrola tem diretrizes próprias de emissão dos bônus verdes que se inspiram nos critérios estabelecidos pela Associação Internacional do Mercado de Capitais (ICMA): os Princípios dos Bônus Verdes [PDF] Link externo, abra em uma nova aba.. As suas máximas são:

  • O uso dos fundos será destinado aos projetos verdes com um impacto benéfico para o meio ambiente.

  • O emissor de uma obrigação verde deve comunicar, de forma transparente, aos investidores, os objetivos de sustentabilidade ambiental e permitir avaliação e revisão externas.

  • A gestão dos fundos será controlada, de forma adequada e transparente, pelo emissor, que permitirá a revisão complementar por parte de um auditor.

  • O emissor de tipo de bônus atualizará periodicamente as informações sobre o uso dos fundos e sobre os benefícios de médio ambiente obtidos.

  • Na última atualização no âmbito do financiamento verde, a Iberdrola também incluiu seu alinhamento aos princípios da taxonomia da União Europeia para promover o investimento privado em crescimento sustentável e contribuir para uma economia climaticamente neutra, assim como os padrões para a emissão de green bonds da UE.

Iberdrola, o maior grupo emissor de bônus verdes do mundo 

Em 2014, a Iberdrola se converteu na primeira empresa espanhola em emitir bônus verdes. O grupo é um modelo de referência internacional nesse tipo de financiamento, facto que vem sendo reconhecido há vários anos consecutivos nos Sustainable and Responsible Capital markets Awards Link externo, abra em uma nova aba., atribuídos pela revista GobalCapital, em cuja edição de 2021 a Iberdrola conquistou o primeiro prémio em duas categorias: Most Impressive Corporate Green/SRI Bond Issuer e Most Impressive Corporate Hybrid Capital Issuer, ficando em segundo lugar na categoria Most Impressive Corporate Borrower.

A Iberdrola continua sendo o grupo empresarial líder mundial em emissão de bônus verdes, com mais de 13,8 bilhões de euros via mercados de capitais e um total de 23 operações desde abril de 2014.

Novas operações de financiamento sustentável 

Em 2021, a Iberdrola assinou novas operações no valor de 13,1 bilhões de euros em financiamento verde ou sustentável para um total de 35,8 bilhões de euros entre financiamento verde e sustentável.

Em fevereiro de 2021, a companhia emitiu o maior bônus híbrido verde da história, no valor de 2 bilhões de euros. Com ele, cumpriu em apenas um mês o objetivo estabelecido de híbridos para aquele exercício de emitir operações híbridas no valor de 2 bilhões de euros. O bônus registrou uma demanda no mercado da ordem de 9 bilhões de euros, o que representou uma subscrição excedentária 4 vezes superior à oferta. Os fundos obtidos serão utilizados para financiar os parques eólicos offshore Saint-Brieuc, na França, e Baltic Eagle, na Alemanha.

Com essa operação, a Iberdrola se consolida como o maior grupo emissor de bônus verdes do mundo.

A Iberdrola também atualizou em abril seu programa de commercial papersEuro Commercial Paper Programme (ECP) —, incluindo como novidade o aumento do limite do saldo devedor máximo que passa para 5 bilhões de euros — o limite anterior era de 3 bilhões de euros — e a incorporação do caráter sustentável ao Programa, que assume uma série de compromissos em questões ambientais, sociais e de governança.

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Financiamento verde e sustentável.

Em 2020, a Iberdrola foi a primeira empresa espanhola que reabriu o mercado de bônus durante a pandemia do coronavírus, e o fez através de uma operação verde no valor de 750 milhões de euros e com vencimento acima de cinco anos (junho de 2025). Os fundos obtidos serão destinados, de acordo com a estratégia do grupo, para financiar e refinanciar total ou parcialmente investimentos renováveis do México e Reino Unido, em sua maioria parques eólicos onshore. Com o desenvolvimento e a implementação dessas instalações, a empresa pretende contribuir para a recuperação da atividade econômica, assim como para a manutenção do emprego na difícil conjuntura atual.

Bônus verdes emitidos pelas subsidiárias

Desde sua primeira operação verde, a Iberdrola completou com sucesso um total de doze emissões públicas de bônus verdes, às quais é necessário adicionar outros bônus verdes emitidos pelas subsidiárias. Assim, em novembro de 2017 a AVANGRID* (filial da Iberdrola nos Estados Unidos) emitiu seu primeiro bônus verde, no valor de 600 milhões de dólares norte-americanos, e em maio de 2019 voltou a fazê-lo, desta vez no valor de 750 milhões de dólares norte-americanos, aos quais se somam outros 750 milhões em abril de 2020.

A filial brasileira Neoenergia**, por sua vez, emitiu em junho de 2019 seus primeiros debêntures de infraestruturas com selo "green", no valor de mais de 1,2 bilhão de reais brasileiros em valor nominal, e em 2020 também realizou outra operação verde — através de sua filial Neoenergia Itapabapoana — no valor de 300 milhões de reais brasileiros para financiar investimento em linhas de transmissão.

Os recursos obtidos com todas essas operações foram destinados ao financiamento ou refinanciamento de investimentos em projetos que cumpriam determinados critérios ambientais e de desenvolvimento sustentável, validados pela Iberdrola e, posteriormente, também pela Vigeo Eiris (entidade independente). Tais projetos se enquadram fundamentalmente no âmbito das energias renováveis.

"Como principal emissora de bônus verdes e promotora de energia renovável, a Iberdrola apoia as finanças sustentáveis para acelerar a transição energética, assim como qualquer iniciativa que permita enfrentar as mudanças climáticas"

Ignacio Galán, presidente executivo do Grupo Iberdrola


Iberdrola também se converteu no primeiro emissor espanhol em se unir à rede de bônus sustentáveis do índice Nasdaq: o Nasdaq Sustainable Bond Network (NSBN). Este índice reúne diferentes emissores e detalha de forma homogênea informações sobre sua estrutura de financiamento e os princípios que seguem (GBP — Green Bond Principles — da ICMA — International Capital Market Association —, por exemplo), assim como dados dos impactos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de cada uma das emissões.

Financiamento bancário sustentável

Em abril de 2021 a Iberdrola subscreveu com 21 bancos uma nova linha de crédito multidivisa no valor de 2,5 bilhões de euros vinculada a dois indicadores de sustentabilidade: a redução de intensidade das emissões da Companhia (ODS 7 e 13) e uma maior presença de mulheres em posições de liderança (ODS 5).

A subscrição, com uma duração de cinco anos, prorrogáveis por mais dois, foi assinada com condições anteriores à COVID-19. Também se trata da primeira operação de uma empresa espanhola que tem como referência o Risk Free Rates (RFR), os índices que servirão de modelo para futuros financiamentos em substituição da taxa LIBOR (London Interbank Offered Rate).

Além disso, o financiamento introduz pela primeira vez uma contribuição econômica para um projeto sustentável, cuja quantia anual também irá variar de acordo com o grau de cumprimento dos indicadores.

Em 2016 a Iberdrola subscreveu com o banco BBVA o primeiro empréstimo verde realizado no mundo para uma utility. Em abril de 2018 foi assinado o primeiro empréstimo verde na América Latina, quando a Iberdrola México, filial 100% da Iberdrola, subscreveu um empréstimo bancário verde com uma série de instituições financeiras internacionais no valor de 400 milhões de dólares norte-americanos, o que serviu para refinanciar ativos renováveis da empresa nesse país.

Além disso, em 2021 a companhia assinou o primeiro empréstimo do setor energético da Europa vinculado à redução do consumo de água, no valor de 250 milhões de euros em cinco anos, sendo a maior operação realizada na Espanha no âmbito do programa de Economia Circular de 6 bilhões de euros lançado pela entidade Intesa Sanpaolo em seu Plano de Negócio para o período 2018-2021.

Contratos supranacionais

A Iberdrola também realizou operações de financiamento verdes com organismos supranacionais. Em 2019, assinou com o Instituto de Crédito Oficial (ICO) o maior empréstimo verde concedido por essa instituição, no valor de 400 milhões de euros. Em 2020 foi assinado um acordo de financiamento verde com o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o ICO, onde o primeiro concederá 600 milhões de euros e o segundo 200 através de empréstimos verdes para financiar a construção de mais de 20 projetos com uma potência total superior a 2.000 MW. E em 2021 a empresa assinou o primeiro empréstimo realizado através do ICO para a promoção do hidrogênio verde — no valor de 6 milhões de euros —, que se destinará à primeira estação de hidrogênio de caráter público na Espanha, que será construída e operada pela Iberdrola para abastecer de hidrogênio renovável a frota de ônibus urbanos da Transports Metropolitans de Barcelona (TMB).

 Informações sobre bônus verdes da Iberdrola (*)

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Como funcionam os bônus verdes?

Um bônus é um título de dívida emitido por uma empresa ou administração pública para se financiar. Esse título de dívida é um contrato legal para dinheiro devido que pode ser comprado e vendido entre diferentes partes.

O investidor de um bônus verde se torna credor da entidade emissora, e esta terá que devolver o dinheiro emprestado do bônus — no tempo estabelecido — mais os juros previamente fixados (normalmente) conhecidos como cupom. Portanto, trata-se de um instrumento de renda fixa.

Os fundos obtidos serão utilizados exclusivamente para financiar — ou refinanciar — projetos sustentáveis e respeitosos com o meio ambiente e iniciativas relacionadas às mudanças climáticas. Por exemplo, poderiam ser usados para a compra de uma frota de veículos elétricos, para a compra de aerogeradores, etc.


Quais são os requisitos para a emissão de um bônus verde?

Tal tipo de bônus pode ser emitido por instituições supranacionais, entidades públicas (municípios, estados ou federações) e empresas privadas. Para sua emissão, as entidades emissoras devem divulgar informações financeiras aos mecanismos de controle, às agências de classificação e aos investidores. Além disso, os emissores designam bancos de investimento para os bônus de subscrição (assim eles aproveitarão seus conhecimentos técnicos do mercado de bônus, das regras governamentais e de quaisquer outros fatores relacionados).


Qual é o preço de um bônus verde?

O preço dos bônus verdes é muito parecido com o dos bônus comuns e estão sujeitos às condições de mercado no momento da emissão. O habitual é que os investidores não deixam de ter lucro nem pagam dinheiro extra devido ao aspecto ecológico desse tipo de financiamento. No entanto, é verdade que os investidores em bônus verdes fizeram vendas a preços mais altos porque os bônus verdes não são tão comuns. Porém, a demanda aumentou muito e cada vez mais investidores tradicionais estão optando por eles.


O que são os Green Bond Principles?

Os Princípios dos Bônus Verdes ou Green Bond Principles, procuram trazer clareza à definição e aos processos associados aos bônus verdes devido ao seu rápido crescimento no mercado. No início de 2014, um grupo de bancos começou a desenvolver esses princípios, que vêm sendo cumpridos e aprimorados ao longo do tempo. Tais Princípios promovem a integridade do mercado de Bônus Verdes através de diretrizes que recomendam transparência, divulgação e elaboração de relatórios.

Eles focam no uso dos fundos e seu principal objetivo é apoiar os emissores na transição de seu modelo de negócios para uma maior sustentabilidade ambiental. Os Green Bond Principles têm quatro componentes principais:

  • Uso dos fundos: entre os projetos mais frequentemente apoiados, temos: energia renovável; eficiência energética; gestão sustentável de resíduos; uso sustentável do solo; conservação da biodiversidade; transporte limpo; gestão sustentável da água; adaptação às mudanças climáticas; produtos adaptados à economia circular e/ou verde; e edifícios verdes.
     

  • Processo de Avaliação e Seleção de Projetos: o emissor do bônus deve comunicar aos investidores os objetivos de sustentabilidade ambiental; o processo através do qual o emissor determina como os projetos se encaixam nas categorias referidas antes; e os critérios de elegibilidade relacionados (como os potenciais riscos ambientais e sociais serão gerenciados).
     

  • Gestão dos fundos: o dinheiro associado ao bônus verde deve ser depositado em uma subconta. é necessário um alto nível de transparência e se recomenda o uso de um auditor externo.
     

  • Publicação de relatórios: informações atualizadas sobre o uso dos fundos devem estar prontamente disponíveis.


O que são bônus verdes e azuis?

Os bônus verdes são um tipo de dívida classificada como Investimento Socialmente Responsável. Ao emitir tal tipo de bônus, uma empresa — pública ou privada — recebe fundos que devem ser usados exclusivamente para financiar ou refinanciar (parcial ou totalmente) projetos com impacto positivo no meio ambiente. No entanto, existe outro tipo de bônus mais específico: o bônus azul. Esse bônus (mais jovem, pis sua primeira emissão foi em 2016) foi concebido para financiar exclusivamente projetos relacionados à preservação e proteção dos ecossistemas marinhos (ODS 14).


   

 

 

 

* Disponível na versão em espanhol.

** Avangrid, Inc. está participada em 81,5% por Iberdrola. S. A.

*** A Iberdrola, S.A. tem uma participação indireta de 50% + 1 ação na Neoenergia, S.A.