Parque eólico 'offshore' de Saint-Brieuc

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Evolução das obras

Em 2020, foi concluída a análise das condições técnicas e ambientais, graças à instalação de três sistemas de medição de vento na área onde está localizado o parque, que registraram durante dois anos o potencial eólico da região através do sistema LIDAR (Laser Imaging Detection And Ranging). Esse sistema utiliza tecnologia a laser para determinar de forma precisa a direção predominante do vento a fim de identificar a orientação mais adequada dos aerogeradores para obter o melhor desempenho energético possível.

Os resultados dos estudos ambientais realizados también foram apresentados ao Comitê de Gestão e Acompanhamento, o que mostrou que os impactos sonoros da perfuração eram compatíveis com o ciclo de vida normal das espécies de peixes analisadas. Devido a essas análises, a Companhia decidiu abandonar a técnica de cravação por percussão a favor do método de perfuração para a instalação de estacas.

As obras começaram em 2021 e duraram três anos. A primeira fase, realizada de 3 de maio a 31 de outubro de 2021, iniciou na parte norte — de tal forma que as atividades pesqueiras puderam continuar na parte sul —, onde foram delimitadas cinco áreas específicas nas quais o trabalho foi feito por turnos.

No dia 1º de novembro de 2021 foi concluída a primeira fase das operações de construção com o navio AEOLUS pronto para deixar a área e chegar ao seu porto de origem. Em março de 2022, os trabalhos de construção do parque eólico foram retomados e o próprio navio AEOLUS foi o responsável pela instalação das estacas e fundações para as turbinas eólicas. Ele trabalhou na área sem interrupção durante 2022 e 2023. O desenvolvimento e a construção da instalação mobilizaram mais de 1.700 empregos na França, mais de 500 deles na Bretanha.

No início de julho de 2023, demos um grande passo para o início das operações de Saint-Brieuc com a conexão das primeiras turbinas eólicas à rede francesa, produzindo energia limpa por meio de um parque eólico offshore pela primeira vez na história da Bretanha. Com isso, o território de Côtes-d'Armor (600.000 habitantes) se tornou um município de energia positiva, gerando mais eletricidade do que consome.

 Jaquetas

Saint-Brieuc têm selo espanhol, pois as jaquetas — plataformas que sustentam os aerogeradores offshore — e as estacas foram construídas e montadas inteiramente pela Navantia-Windar, em Fene (Corunha), onde foi instalado um guindaste sobre esteiras de 1.600 toneladas para a montagem final, e Avilés (Astúrias), respectivamente.

Com um valor de 350 milhões de euros, foi o maior contrato de energia eólica offshore da história da companhia de navegação, que manteve mais de 2.000 empregos diretos e milhares de empregos indiretos.

Os trabalhos de montagem das fundações começaram após a chegada dos tubos estruturais aos portos de Ferrol e Brest. A montagem final de todos os subconjuntos foi realizada nas instalações dos estaleiros galegos.

 Aerogeradores

A fabricação dos aerogeradores, de 209 metros de altura cada um, foi custeada pela Siemens Gamesa Renewable Energy (SGRE). Contarão com a tecnologia de última geração direct drive e suas pás, de quase 82 metros de comprimento, oferecem uma área de varrimento 18 % superior ao modelo anterior e uma melhoria na produção anual de energia de 20 % em relação à sua predecessora.

A montagem das torres foi feita no novo pôlder do porto de Brest e significou a criação de uma nova capacidade industrial financiada com 11,8 milhões de euros. A nova usina concluiu sua construção no começo de 2022 e iniciou suas operações no final desse mesmo ano.

 Subestação marítima

A subestação marítima foi concluída com sucesso em julho de 2022, sendo fabricada na Bélgica por uma joint venture entre a Smulder (uma subsidiária da Eiffage Metal) e a Equans. A primeira realizou a engenharia e construção tanto da fundação quanto do topside que abriga os transformadores e restantes equipamentos elétricos, enquanto a segunda fez sua montagem e colocação em funcionamento.

A estrutura que suporta essa subestação é formada por uma fundação (jaqueta) de 63 metros de altura com um peso de 1.630 toneladas e um topside de 55 m de comprimento, 31 m de largura e 23 m de altura, com um peso total aproximado de 3.400 toneladas. Ao longo de 2022, foram instaladas as estacas, os cabos e a subestação elétrica. As obras de construção no mar foram escalonadas durante o ano de 2023 para integrar todos os elementos.

A Iberdrola atribuiu à GE Renewable Energy Grid Solutions o fornecimento e a instalação dos principais equipamentos elétricos da subestação. A Companhia se encarregou de projetar, fabricar, instalar e colocar em funcionamento o equipamento elétrico de alta tensão, assim como o sistema de controle e proteção da subestação. Para tal, projetou e fabricou os comutadores com isolamento de gás (GIS) de 72,5 kV e 225 kV em sua fábrica de Aix-les-Bains (França).

 Transporte e instalação

Por outro lado, a companhia holandesa de serviços marítimos Van Oord realizou o transporte e a instalação das 62 jaquetas e da subestação offshore. A Van Oord começou os trabalhos em alto-mar em 2021 com a instalação dos parafusos de fixação, para o qual utilizou seu navio de apoio em alto-mar, Aeolus, projetado especificamente para construir parques eólicos offshore, que recebeu a ajuda de um segundo navio a partir de 2022.

 Cabeamento

Quanto aos sistemas de cabos de interconexão submarina, estes foram proporcionados pela Prysmian Group — líder mundial na indústria de sistemas de cabeamento de energia e telecomunicações com a qual Iberdrola já trabalhou na Wikinger e Vineyard Wind —, que instalou e colocou em operação 90 km de cabos de interconexão de corrente alternada de alta tensão de 66 kV e três núcleos com isolamento XLPE.

Após os testes realizados no verão de 2020, foi concluído o processo de enterrar todos os cabos entre aerogeradores, um grande passo para a segurança da navegação e para a manutenção das atividades pesqueiras dentro do parque. A entrega e colocação em funcionamento foram concluídas em dezembro de 2023.

 Comunicação e coordenação

Por outro lado, um consórcio liderado pela Atos — em associação com a SeaRenergy, líder em engenharia, soluções offshore, QHSE e serviços de pessoal para o setor eólico offshore — foi responsável por implementar soluções críticas de comunicação, além de garantir as atividades de coordenação marítima.

Para isso, estabeleceu um centro de coordenação marítima na cidade costeira de Pleudaniel (França) para coordenar, monitorar e documentar todo o tráfego dentro e em torno da área de construção, durante 24 horas os sete dias da semana durante a fase de construção. Também foi instalada uma plataforma unificada de comunicações críticas que permite que os helicópteros, navios e equipamentos operacionais que trabalhem no parque estabeleçam comunicação entre si ou com o centro de coordenação, dentro e ao redor do parque.

Ambos os sistemas foram mantidos depois da fase de construção e apoiarão o parque eólico durante toda a fase operacional, quando as 62 turbinas estejam em funcionamento.

Além disso, para informar os habitantes e, em particular, os usuários do mar, foi aberto um espaço de informação on-line dedicado às obras e foram implementadas medidas de compensação para os pescadores cuja atividade puderam ser afetada durante a fase de construção.

Iberdrola, líder mundial em energias renováveis

Na Iberdrola, estamos comprometidos com as energias renováveis há mais de duas décadas como um pilar fundamental sobre o qual construir nosso modelo de negócios seguro, limpo e competitivo. Graças a essa visão, hoje somos líderes mundiais em energias renováveis, alcançando 44.148 MW de energia limpa em operação em setembro de 2024.

Esse compromisso está refletido em nosso Plano Estratégico, no qual destinaremos 15,5 bilhões de euros brutos para energias renováveis. Desse total, mais da metade terá como foco a energia eólica offshore nos EUA, no Reino Unido, na França e na Alemanha, sendo que 28% será designado à energia eólica onshore e 18%, à energia solar.