Veículos autônomos para pessoas com deficiências
Veículo autônomo: o futuro do transporte para deficientes?
De acordo com a ONU, cerca de 10% da população mundial, aproximadamente 650 milhões de pessoas, sofre de alguma deficiência. Esse número aumentará devido ao crescimento demográfico e ao envelhecimento da população, tal como afirmado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu 'Relatório Mundial sobre Deficiência'. A indústria dos transportes trabalha para que sua mobilidade não seja uma limitação adicional.
O QUE É UM VEÍCULO AUTÔNOMO OU INTELIGENTE?
Os veículos de série mais inovadores já estão equipados com acesso à Internet e conexão sem fio a uma rede LAN ou por satélite. Dessa forma, o motorista dispõe de informações úteis em tempo real — estado do trânsito, notificação automática de acidentes, GPS, previsão meteorológica, etc. — e pode interagir com o veículo à distância — desbloqueá-lo, encontrar sua localização ou ativar o sistema de climatização, entre outros. Isso é possível graças ao Edge Computing que permite processar todas as informações do ambiente.
Em Londres, um de cada três trajetos de carro será efetuado em veículos autônomos em 2025, conforme prognosticado pelo consórcio MERGE Greenwich, que estuda a forma como esse tipo de automóvel conviverá com os transportes públicos convencionais. Esses veículos, também chamados inteligentes, robóticos ou sem motorista, são capazes de perceber o meio que os rodeia e circular sem necessidade da intervenção humana.
A nova geração de telefonia móvel (5G) aparece como a solução para os problemas de comunicação dos carros autônomos: segurança e rapidez na entrega de mensagens, largura de banda, redução da latência e capacidade para conectar diferentes dispositivos.
COMO FUNCIONAM OS VEÍCULOS AUTÔNOMOS PARA DEFICIENTES?
Nos Estados Unidos, só 35% dos deficientes em idade de trabalhar têm um emprego, de acordo com dados da ONU. A Ruderman Family Foundation garante que dois milhões de norte-americanos com deficiência poderiam encontrar emprego se tivessem acesso a um transporte adaptado às suas necessidades.
A indústria do automóvel já oferece diferentes alternativas às pessoas deficientes:
- São habituais os automóveis acessíveis, que dispõem de rampa telescópica ou dobrável, plataforma elevatória ou solo rebaixado para que possam entrar no veículo com a cadeira de rodas.
- Os denominados sistemas de transferência permitem que as pessoas deficientes possam ocupar o lugar do motorista: o turny faz com que o assento do carro gire para ajudar a pessoa a entrar, e o carony desliza sobre guias o assento da cadeira de rodas até o lugar do motorista.
- Com o objetivo de facilitar a condução, as pessoas deficientes podem dispor de controles manuais, controles remotos e sistemas por voz para ativar as funções básicas, como o pisca-alerta, as luzes ou as palhetas do para-brisa.
- Para os motoristas com problemas auditivos, estão sendo desenvolvidas interfaces visuais que projetam o painel de controle sobre o para-brisa.
A EUROPA APOSTA NO ÔNIBUS AUTÔNOMO
A autonomia não pode ficar limitada aos veículos particulares, uma vez que as cidades e estradas não suportariam tal aumento no fluxo de automóveis. A solução? O transporte público autônomo.
A Europa avança rumo a esse tipo de transporte, a opção de mobilidade sustentável do futuro. Em janeiro, Estocolmo (Suécia) colocou em funcionamento um protótipo de ônibus vaivém sem motorista que, desde então, compartilha a estrada com pedestres, ciclistas e outros veículos. Circula a uma velocidade máxima de 24 km/h e incorpora rampas de acesso para pessoas com problemas de mobilidade.
O ônibus autônomo também aterrissou na Espanha. Em abril de 2018, foi testado em Talavera de La Reina (Toledo) um veículo inteligente que percorreu um trajeto completo, ao mesmo tempo que oferecia conteúdo multimídia e serviços digitais aos passageiros.
Algumas empresas desenvolveram soluções de transporte urbano conectado que monitoram os ônibus públicos. O objetivo é automatizar a gestão e a manutenção desse serviço e proporcionar às cidades ferramentas mais eficazes para o controle do tráfego.
Nos próximos anos presenciaremos inúmeros progressos. Encontramos um exemplo em um protótipo de janela inteligente que permite que os passageiros invisuais entendam a paisagem através do tato. O sistema fotografa o ambiente e o converte em uma imagem na escala de cinza que vibra com diferentes intensidades para que, tocando na mesma, a pessoa possa visualizar e reconstruir a cena em sua mente.
É mais do que evidente que a revolução tecnológica no transporte para deficientes só está começando...