Entrevista com Alicia Asín (CEO da Libelium)
"A Internet das Coisas é a conexão entre o mundo físico e o mundo digital"
Empresa Transformação social P+D+I Entrevistas
Outubro de 2019. Tempo de leitura: 4 minutos
A IoT, abreviação da Internet of Things (Internet das Coisas), irá marcar nosso futuro. Nesse sentido, Alicia Asín, CEO da Libelium, tem muito que dizer porque sua empresa oferece dispositivos, como o Waspmote Plug & Sense, que permitem resolver os problemas de interoperabilidade e explorar ao máximo as possibilidades desta tecnologia em, por exemplo, o desenvolvimento de smart cities.
Entrevista com Alicia Asín, CEO da Libelium.
Durante a realização da quinta edição da Digital Summit do Grupo Iberdrola, conversamos com Alicia Asín, CEO e Co-Founder da Libelium. Ela nos deu pistas sobre até onde pode chegar o impacto de uma tecnologia como a Internet das Coisas (IoT) na nossa vida diária. A Libelium está muito envolvida com projetos relacionados com as smart cities e, nesse sentido, estipulam-se três objetivos: melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, reduzir os custos ou aumentar as receitas das cidades e ser mais sustentáveis e ecológicos. A ganhadora do prêmio Mulheres Inovadoras da União Europeia em 2018 nos convida a olhar para o futuro.
Brevemente, o que é a Internet das Coisas (IoT) e como ela está afetando a vida diária das pessoas?
A Internet das Coisas é a conexão entre o mundo físico e o mundo digital. Consiste em que sejamos capazes de colocar sensores em qualquer objeto (em uma mesa, num quarto, em um aspersor de rega...) e comunicá-los com a Internet para estabelecer um diálogo com eles. O impacto disso é uma disrupção em absolutamente todas as indústrias e estamos vendo isso nas cidades, na mobilidade, na agricultura, etc.
Você é cofundadora e CEO da Libelium; o que é que a sua empresa faz?
No âmbito da IoT, a Libelium se dedica basicamente a facilitar a interoperabilidade. Ou seja, como conciliamos trabalhar com um montão de sensores diferentes, muitos protocolos de comunicação, infinitas plataformas na nuvem, etc. Para tal, concebemos uma plataforma de sensores que é capaz de unir essas três peças e resolver esse problema de interoperabilidade.
Se as mulheres se autoexcluírem das carreiras STEM, a diferença salarial, em alguns anos, irá crescer ainda mais
Qual é o produto estrela de vocês?
A atividade da Libelium gira em torno do nosso Waspmote Plug & Sense, que é um dispositivo no qual podemos conectar qualquer tipo de sensor com qualquer protocolo de comunicação e mandar essa informação para a nuvem ou a qualquer plataforma”.
Vocês participam de muitos projetos de smart cities; quais são suas características?
Nos projetos relacionados com uma smart city sempre nos baseamos em três pilares: queremos melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, queremos reduzir os custos ou aumentar as receitas da cidade e queremos ser mais sustentáveis e ecológicos. A estratégia smart city consiste em aplicar todas as tecnologias e todas as ferramentas que tenhamos à nossa disposição para buscar esses três objetivos”.
Quais são os planos de futuro da Libelium?
Nosso desafio agora é estar cada vez mais perto do cliente final para entender melhor suas necessidades.
Em 2018, você recebeu o Prêmio de Mulheres Inovadoras da União Europeia. O que isto significa para você e Libelium?
Significou dar mais credibilidade à Libelium e introduzi-la em canais internacionais. O prêmio da União Europeia foi muito importante porque, desde então, atingimos outra dimensão em termos de repercussão nos meios, incluso a nível internacional.
Como você encorajaria as mulheres a apostarem em cursos STEM?
Em um mundo cada vez mais digitalizado, os postos com maior relevância e mais responsabilidade e, portanto, com melhor remuneração, cada vez estarão mais associados ao fato de ter um background tecnológico. Se as mulheres se autoexcluírem desses cursos, a diferença salarial, em alguns anos, irá crescer ainda mais”.