Foodtech
'Foodtech', a transformação tecnológica do setor alimentício
Sociedade P+D+I Ciência Comida
As novas tecnologias transformaram o mundo e as regras de jogo em muitos setores. O alimentício, pelo contrário, ainda está se perguntando como aplicar inovações como o big data ou a Internet das Coisas (IoT) em seu negócio. Os desafios do setor são numerosos, incluída a sustentabilidade alimentar, e as foodtech marcam o caminho.
A tecnologia é atualmente o ingrediente mais valorizado da nossa dieta. É o que se comprova com o crescente investimento em projetos de inovação, como por exemplo aqueles relacionados com o foodtech, por parte da indústria agroalimentar mundial. O objetivo para o setor é se adaptar aos novos tempos e chegar a consumidores cada vez mais exigentes e com hábitos alimentícios mais saudáveis e sustentáveis.
O que são as 'Foodtech'?
As foodtech — uma palavra inglesa que fusiona food (comida) e technology (tecnologia) — são empresas e projetos que aproveitam tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), o big data e a Inteligência Artificial (IA), entre outras, para transformar a indústria agroalimentar num setor mais moderno, sustentável e eficiente em todas as suas etapas, que vão desde a elaboração dos alimentos até a distribuição e o consumo.
Estes projetos de pesquisa e desenvolvimento (P+D) estão geralmente controlados por start-ups muito inovadoras que fazem fortes investimentos e tentam dar soluções criativas e tecnológicas para desafios contemporâneos tais como: crescimento demográfico e suas repercussões na segurança alimentar, digitalização da sociedade, efeitos das mudanças climáticas, falta de recursos naturais, desperdício alimentar e impacto ecológico da produção de alimentos.
O impacto das 'Foodtech'
As empresas foodtech representam uma minúscula parcela da indústria agroalimentar, mas se tornaram a vanguarda do setor. Algumas destas start-ups estão listadas inclusive no índice Nasdaq (a Bolsa tecnológica dos Estados Unidos), como por exemplo a Beyond Meat e seu célebre hambúrguer vegetal de laboratório, que foi financiado, entre outros, por personagens tão conhecidos como Bill Gates (cofundador da Microsoft) ou pelo ator Leonardo Di Caprio.
O potencial das start-ups foodtech convence também os analistas de mercados. Em plataformas como Research and Markets, há estudos como o Global Food Tech Market Analysis & Forecast 2024-2032 que concedem a este setor um valor total de 293,54 bilhões de dólares em 2024 e estimam que ele chegará a 444,35 bilhões de dólares em 2032, graças, em parte, à popularização do comércio eletrônico, ao crescimento da Internet e à introdução dos smartphones.
Os alimentos do futuro
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Tendências e exemplos de 'Foodtech'
Na revolução alimentar provocada pelas foodtech se destacam especialmente: a agricultura biotecnológica, as plataformas de compra e venda de produtos agrários, a bioenergia e os biomateriais, a robótica agrícola, os alimentos ecológicos e os novos sistemas de cultivo, entre outras categorias. O portal TechFood Magazine identifica algumas tendências foodtech:
Os desafios da sustentabilidade alimentar
A Organização das Nações Unidas (ONU) inclui, em seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os principais desafios alimentares do planeta. A seguir, expomos alguns deles:
- A indústria agroalimentar mundial consome 30% da energia que produzimos e emite 22% das emissões totais de gases de efeito estufa (GEE).
- Anualmente, desperdiçamos um terço dos alimentos que produzimos, às veces inclusive antes de chegarem à mesa. Além disso, um estudo da Federação Mundial de Obesidade estima que, até 2035, mais da metade da população mundial estará acima do peso e quase um quarto será obesa.
- A nossa dieta repercute no meio ambiente através do consumo de energia relacionada com os alimentos e a geração de resíduos.
- O empobrecimento do solo, o desperdício de água, a pesca em grande escala e a degradação dos ecossistemas marinhos estão diminuindo a nossa capacidade para produzir alimentos.