Polimatia

Os polímatas têm sido frequentemente considerados como pessoas multifacetadas, caracterizadas por uma grande curiosidade que os leva à aprendizagem contínua e ao envolvimento em diferentes áreas, especialmente em algumas com expressões diferentes, pois não se trata apenas de acumular conhecimento, mas também de aplicá-lo e expressá-lo. A conexão deste tipo de pessoa entre o hemisfério direito do cérebro, que comanda as emoções, e o hemisfério esquerdo, que controla a lógica, através do corpo caloso é maior, mas isto não é apenas uma expressão genética, mas também uma resposta a estímulos ambientais. Em outras palavras, o polímato nasce e é feito. 

No entanto, não se trata de adquirir conhecimentos de diferentes assuntos, mas sim que esses conhecimentos permitam um domínio múltiplo quando se trata não apenas de interpretar a realidade, mas também de agir sobre ela. Isso põe um fim ao domínio da hiperespecialização e incorpora disciplinas como a criação artística ou a prática esportiva, passando do paradigma STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) para STEAM, incorporando as Arts à fórmula com a variedade dessa palavra. 

Famosos polímatas de ontem e de hoje

É lógico supor que hoje existe a mesma porcentagem de pessoas com as características necessárias para ser um polímata como no século XV, e ainda assim os nomes desses grandes polímatas famosos e mulheres renascentistas como Copérnico, Hipatia, Galileu, Descartes ou Newton parecem ser uma coisa do passado. A razão tem mais a ver com a variedade do conhecimento de hoje do que com as habilidades das pessoas, e é por isso que parece mais fácil se especializar em algo hoje em dia. 

Existe uma história bem conhecida que em 1962 o presidente americano John F. Kennedy reuniu nada menos que 49 ganhadores do Prêmio Nobel e afirmou que aquela era a reunião com mais talento e conhecimento jamais vista na Casa Branca, exceto talvez nos dias em que Thomas Jefferson jantava sozinho. O terceiro presidente dos Estados Unidos é mais conhecido por elaborar a Declaração de Independência, mas também foi arquiteto - criou e projetou a Universidade da Virgínia -, conduziu escavações arqueológicas - é considerado um dos pais dessa ciência - e projetou várias invenções como, por exemplo, a cadeira giratória.  

Hoje em dia, aqueles considerados como polímatas são aqueles que não se prendem a uma única área de conhecimento e se dedicaram a explorar diferentes oportunidades, aproveitando as circunstâncias oferecidas pela evolução tecnológica e as fronteiras cada vez mais difusas das disciplinas científicas. A Internet oferece conhecimento com o clique de um botão. Um exemplo atual de polímatas famosos é Natalie Portman, conhecida atriz, mas também diretora, bailarina e psicóloga, ou Elon Musk, que estudou física e economia, programava desde os 10 anos de idade, co-fundou a empresa de pagamento on-line Paypal, liderou a criação da Tesla e agora está trabalhando para chegar a Marte. 

  VER INFOGRÁFICO: Famosos polímatas ao longo da história

Polímatas: vantagens e desvantagens 

Não são poucos os estudos que destacam as vantagens de ser um polímata no mundo de hoje. O Journal of Psychology of Science and Technology, por exemplo, sugeriu que, em comparação com outros cientistas, os ganhadores do Prêmio Nobel estão mais envolvidos em projetos artísticos e hobbies paralelos, são multifacetados e, portanto, mais próximos do perfil de um polímata. Conclusões semelhantes foram tiradas por outro estudo da Michigan State University, que comparou diferentes hobbies artísticos e os relacionou com as chances de ganhar um Prêmio Nobel. 

As principais vantagens dos polímatas hoje em dia são: 

  Funcionam como geradores de inovações

  Enriquecem os grupos de trabalho 

  Possuem uma maior capacidade de adaptação às mudanças

 São crosstalks intelectuais, pontes de união entre grupos de trabalho especializados

 Apresentam uma maior eficiência nos processos 

Entretanto, não faltam especialistas que, pelo menos atualmente, também encontram desvantagens nos polímatas, especialmente em empresas mais conservadoras que podem interpretar seus perfis como dispersos sem reconhecer a importância de alguém que sirva de vínculo entre os especialistas. Além disso, dada a expectativa de vida cada vez menor das empresas e a alta porcentagem de automação em muitos empregos, a inovação que vem com a polimatia é cada vez mais vista como um valor em crescimento.