Efeito estufa
As consequências do efeito de estufa: da desertificação as inundações
A ação do homem está provocando um aumento da temperatura global. Por esse motivo, o efeito estufa deixou de ser nosso grande aliado e passou a ser um risco para a sobrevivência humana. A inundação das cidades costeiras, a desertificação de áreas férteis, o derretimento de massas glaciais e a proliferação de furacões devastadores são apenas algumas de suas principais consequências.
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Luta contra as consequências do efeito estufa
Você gostaria que alguém lhe falasse sobre isso? Ouça este artigo. Para aqueles que querem mudar o mundo.
Que é o efeito estufa
O efeito estufa é um fenômeno natural e benéfico para nós. Certos gases presentes na atmosfera retêm parte da radiação térmica emitida pela superfície terrestre depois de ter sido aquecida pelo sol, mantendo a temperatura do planeta em um nível adequado para o desenvolvimento da vida. A ação do homem — através de atividades como indústria, agricultura e pecuária intensiva ou transporte —, no entanto, aumentou a presença desses gases na atmosfera — principalmente, dióxido de carbono e metano como resultado da queima de combustíveis fósseis, como carvão, óleo ou gás —, fazendo com que eles retenham mais calor e aumentem a temperatura do planeta. Esse é o processo que conhecemos como aquecimento global.
Como acontece o efeito estufa
VER INFOGRÁFICO: Você sabe como acontece o efeito estufa? [PDF] Link externo, abra em uma nova aba.
Consequências do efeito estufa
O aumento da temperatura média na Terra está mudando as condições de vida no planeta. Vamos conhecer as principais consequências desse fenômeno:
- Degelo de massas glaciais
O derretimento do geleiras também tem suas próprias consequências: a redução do albedo — a porcentagem de radiação solar que a superfície terrestre reflete ou devolve para a atmosfera —, o aumento global do nível do mar ou a liberação de grandes “colunas” de metano são apenas algumas delas. Todas, no entanto, são dramáticas para o planeta. -
Inundações de ilhas e cidades costeiras
De acordo do Painel Intergovernamental sobre a Mudanças Climáticas (IPCC, 2014), durante o período de 1901 e 2010, o nível médio global do mar subiu 19 centímetros. Estima-se que, no ano de 2100, o nível do mar ficará entre 15 e 90 centímetros mais alto do que o atual e ameaçará 92 milhões de pessoas. Isso se reflete nos relatórios da NASA que indicam que o nível médio global do mar subiu 0,27 centímetros no último ano. - Furacões mais devastadores
A intensificação do efeito estufa não provoca esses eventos climáticos extremos, mas aumenta sua intensidade. A formação de furacões têm a ver com a temperatura do mar — só se formam sobre águas que têm, pelo menos, uma temperatura de 26,51ºC. Em 2022, o Mar Mediterrâneo na Espanha alcançou 31°C, com 95% dos dias atingindo uma temperatura mais quente do que o normal. - Migrações de espécies
Muitas espécies animais serão obrigadas a migrar para sobreviverem às mudanças dos principais padrões climáticos alterados pelo aumento progressivo das temperaturas. Estudos recentes no Canadá confirmaram que 66% das aves migratórias chegaram antes do início da primavera e voaram mais tarde do que o normal, devido aos invernos cada vez mais curtos. O ser humano também terá que se deslocar: de acordo com o Banco Mundial, em 2050, o número de pessoas obrigadas a fugir de suas terras por conta das secas extremas ou inundações violentas poderá chegar aos 140 milhões. - Desertificação de áreas férteis
O aquecimento global tem um impacto profundo nos processos de degradação do solo e favorece a desertificação de zonas do planeta, um fenômeno que acaba com todo o potencial biológico das regiões afetadas, transformando-as em terrenos inférteis e improdutivos. Conforme reconhecido pela ONU no Dia Mundial de Combate à Desertificação em 2018, 30% das terras estão degradadas e perderam seu valor real. Nos últimos anos, quase 12 milhões de hectares de terraEnlace externo, se abre en ventana nueva. foram perdidos a cada ano. Um 40% das terras degradadas também estão em áreas vulneráveis, o que está causando sérios problemas para a segurança alimentar de quase 3 bilhões de pessoas, de acordo com a ONU.
- Impacto na agricultura e na pecuária
O aquecimento global já alterou a duração da estação de crescimento em grande parte do planeta. Da mesma forma, as variações das temperaturas e das estações influenciam na proliferação de insetos, plantas invasoras e doenças que poderão afetar as colheitas. O mesmo acontece com a pecuária: as mudanças climáticas afetam diretamente as principais espécies de várias formas: reprodução, metabolismo, saúde etc.
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Consequências do efeito estufa na saúde humana
O efeito estufa também afeta diretamente a saúde humana por meio da:
- Escassez de alimentos
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) afirma que as mudanças climáticas estão levantando sérias dúvidas quanto à disponibilidade de alimentos. Em seu último relatório bienal sobre o estado mundial da agricultura e da alimentação, a FAO alerta para o fato de que uma queda na produção agrícola causará escassez de alimentos, afetando mais gravemente a África Subsaariana e a Ásia meridional. -
Propagação de doenças e pandemias
Além dos problemas provocados diretamente pela contaminação, a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o aquecimento global fará com que doenças infecciosas — como malária, cólera ou dengue — se propaguem para muitas outras zonas do planeta algo que está muito relacionado à necessidade das pessoas de migrar devido a problemas econômicos. Por outro lado, o calor extremo aumentará e agravará os problemas cardiovasculares e respiratórios. Na Espanha, alguns estudos indicam que já houve casos de dengue e zika de espécies nativas, embora sempre de natureza leve. Se as temperaturas continuarem subindo, existe a possibilidade de que uma das doenças mais temidas do continente africano, a mesma que foi erradicada no país ibérico desde 1964, possa reaparecer.
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Como solucionar as conêequencias do efeito estufa
A redução da emissão dos denominados gases de efeito estufa — como o CO2 ou o CO4 — não é a única solução para conter o efeito estufa. Os organismos internacionais também concordam com as seguintes recomendações:
- Usar energias renováveis. Elas estão impulsionando nosso progresso na preservação do meio ambiente e aliviando a crise das fontes de energia esgotáveis, como o gás e o petróleo.
- Utilizar o transporte público e outros meios não contaminantes, como veículos ou bicicletas elétricas.
- Fomentar a conscientização ecológica entre os cidadãos e as diferentes administrações.
- Apostar na reciclagem e na economia circular.
- Reduzir o consumo de carne. e desperdício de alimentos.
- Consumir produtos orgânicos.
É conhecida como ação climática qualquer política, medida ou programa que busque reduzir os gases de efeito estufa, construir resiliência em relação às mudanças climáticas ou apoiar e financiar esses objetivos. O Acordo de Paris (2015) foi o primeiro grande acordo internacional nesse sentido. Na COP21, quando foi assinado, 174 países e a União Europeia estabeleceram a meta de trabalhar para manter o aquecimento global abaixo dos 2º C.
Dentro de sua ação climática, o grupo Iberdrola se comprometeu a ser neutro em carbono até 2030 na Europa, assim como a reduzir sua intensidade de emissões de CO2 em âmbito global até 50g/kWh — seriam 70g/kWh no final de 2025 —, até ser neutra em carbono em nível global em 2050. A companhia tem o objetivo de reduzir as emissões absolutas de gases de efeito estufa (GEE) nos escopos 1, 2 e 3, o que foi aprovado pela iniciativa Science Based Target.