Robôs educativos

A palavra robô foi inventada pelo escritor tcheco Karel Capek para designar os autômatos em sua peça de ficção científica R.U.R. (Robots Universales Rossum), estreada em Praga em 1921. Trata-se de uma palavra formada por Capek do termo tcheco robota, que se refere a trabalho árduo.

Quase cem anos depois, os autômatos começam a fazer parte do processo de desenvolvimento e aprendizagem de nossos filhos: são os robôs educativos.

O que é a robótica educacional?

A robótica educacional, também chamada de robótica pedagógica, é uma disciplina idealizada para que os estudantes tenham desde cedo contato com a robótica e a programação de forma interativa.

No caso da educação infantil e primária, a robótica educacional fornece aos estudantes tudo o que eles precisam para construir e programar facilmente um robô capaz de realizar diferentes tarefas. Há também robôs mais avançados e mais caros para o ensino médio e superior. Em qualquer caso, a complexidade da disciplina sempre se adapta à idade dos alunos.

A robótica educacional faz parte do que é conhecido como educação STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics), um modelo de ensino destinado a ensinar ciência, matemática e tecnologia juntos e no qual a prática prevalece sobre a teoria.

Como os robôs ajudam os estudantes?

Para os mais pequenos, os robôs educativos ajudam as crianças a desenvolver, enquanto brincam, uma das habilidades cognitivas básicas do pensamento lógico matemático: o pensamento computacional. Em outras palavras, ajudam a desenvolver o processo mental que usamos para resolver problemas de vários tipos através de uma sequência de ações ordenadas.

 VER INFOGRÁFICO: As habilidades que as crianças desenvolvem graças aos robôs educativos [PDF] Enlace externo, se abre en ventana nueva.

Além de desenvolver o pensamento computacional, os robôs educativos incentivam o desenvolvimento de outras habilidades cognitivas entre as crianças e os jovens:

• Aprender com os erros: descobrir que os erros não são definitivos, mas uma fonte de novas conclusões e uma valiosa lição para o futuro.

• Trabalho em equipe: a prática de desafios em grupo incentiva a socialização e a colaboração.

• Adaptação: devido ao progresso da automação e dos dispositivos inteligentes, a familiarização com o uso de robôs os tornará mais adaptados ao mundo de amanhã.​​​​​​​

• Criatividade: a busca de soluções e a liberdade para atribuir novas funções a esses robôs estimula a imaginação e a criatividade.

• Autoestima: alcançar o sucesso em um campo novo melhora a percepção que os estudantes têm de si mesmos.

• Empreendedorismo: além de aumentar sua autoestima, o sucesso em uma área os incentiva a assumir novas tarefas em outros campos.

• Autoavaliação: ao ser possível ver os resultados de suas ações no mesmo instante, sem a necessidade de que um adulto lhes diga se se saíram bem ou mal, os estudantes aprendem a avaliar seu próprio desempenho.

• Aplicações práticas: colocar em prática os conhecimentos matemáticos ou físicos aprendidos na escola motiva crianças e jovens a continuar estudando estas matérias.

Algumas outras habilidades cognitivas que os robôs educativos influenciam positivamente são a responsabilidade, a ordem e um desenvolvimento mais otimizado da percepção espacial e das relações entre objetos.

Outro benefício importante dos robôs educativos é que eles ensinam as crianças a se familiarizar e aprender conceitos básicos de programação, uma habilidade que a cada ano está se tornando cada vez mais importante. Um fato revelador: de acordo com a Comissão Europeia, em 2020, mais de 600.000 vagas não foram preenchidas devido à falta de profissionais. Nos Estados Unidos, esse número aumenta para um milhão de vagas, com a possibilidade de atingir 3,5 milhões até 2025, de acordo com o próprio governo americano.Link externo, abra em uma nova aba. 

No caso do ensino médio e superior, os robôs educativos ajudam os estudantes a aprofundar seus conhecimentos em robótica e programação através de modelos mais avançados. Além disso, robôs humanoides de alto custo, programados para ensinar qualquer disciplina, também são úteis em salas de aula por causa de sua capacidade de atrair a atenção dos alunos e porque, em aulas de robótica e programação, fornecem a ligação perfeita entre teoria e prática.

Os robôs educativos mais populares

Existem atualmente numerosos robôs educativos para crianças e jovens. Entre os mais populares estão:

• Makeblock mBot: este é um robô com rodas projetado para introduzir as crianças à robótica, à programação e à eletrônica. É fácil de montar e é facilmente controlado graças ao software baseado em Scratch, projetado para crianças. Sua compatibilidade com a plataforma Makeblock e suas peças eletrônicas baseadas no ecossistema de código aberto Arduino permitem aos usuários com mais conhecimento criar robôs mais complexos.

• Robo Wunderkind: consiste em um conjunto de blocos que as crianças podem conectar como quiserem para construir seu próprio robô. Cada bloco tem uma função identificada com uma cor (câmera, microfone, sensores de movimento...) e, depois de construir seu robô, as crianças podem programá-lo através de um aplicativo para reagir a certos ruídos, evitar obstáculos ou tocar música quando alguém se aproxima, entre outras funções.

• OWI 535: é um braço robótico recomendado para jovens a partir dos 13 anos de idade. Ele pode levantar objetos de até 100 gramas e tem uma grande variedade de movimentos que podem ser personalizados graças à programação. Este robô também é recomendado para cursos de treinamento vocacional.

• LEGO Mindstorms Robot Inventor: o herdeiro do Lego Mindstorms EV3 Robot apareceu no final de 2020 e conta com 4 motores angulares, vários sensores e 900 peças que permitem a criação de pelo menos 5 tipos diferentes de robôs. Para controlá-lo, é necessário um tablet ou um computador para realizar sua programação. É recomendado para crianças com mais de 10 anos de idade.

• NAO: é um dos robôs educacionais mais conhecidos do mundo. Trata-se de robô humanoide de 58 centímetros de altura que está em constante evolução. Além de duas câmeras e quatro microfones, possui uma infinidade de sensores que lhe permitem interagir com o ambiente de uma maneira semelhante à humana. O NAO é capaz de observar, ouvir, manter diálogos e ensinar qualquer assunto. Graças a suas habilidades e diferentes níveis de programação, pode participar do processo de aprendizagem de estudantes de 5 anos de idade até a universidade.