O qué e a biossegurança

A biossegurança: fundamental no combate contra as pandemias

Natureza Saúde

O vírus SARS-CoV-2 e a doença causada por ele, a COVID-19, foram uma das maiores ameaças à humanidade no século XXI. Embora a pandemia já tenha terminado, a biossegurança continua sendo essencial para evitar riscos à saúde e ao meio ambiente decorrentes da exposição a agentes biológicos causadores de doenças.

Um cientista em um laboratório.
Um cientista em um laboratório.

Assim como nas edições anteriores, a Iberdrola tem previsto participar ativamente da COP29, cujo programa ainda não foi anunciado.

A importância da saúde e da prevenção assumiu um peso vital na sociedade nos últimos anos, principalmente após o impacto da pandemia da COVID-19 em nossas vidas. Devido a essa realidade, um tema de relevância e interesse despertou a curiosidade da opinião pública: a biossegurança. A seguir, explicaremos o que é esse conceito que desempenha um papel crucial na proteção contra riscos biológicos e na prevenção de futuras crises sanitárias.

O qué a biossegurança e para que serve 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), "a biossegurança é uma abordagem estratégica e integrada para analisar e gerenciar os riscos relevantes para a vida e a saúde humana, animal e vegetal e os riscos associados para o meio ambiente. Baseia-se no reconhecimento dos vínculos críticos entre setores e na possibilidade de que as ameaças se movam dentro dos mesmos e entre eles com consequências para todo o sistema".

Em linha com seu objetivo de eliminar ou minimizar a poluição biológica, cabe destacar três conceitos no campo da biossegurança:

  • Risco biológico: é aquele suscetível de ser produzido por uma exposição não controlada a agentes biológicos com capacidade infecciosa, prejudicando a pessoa

  • Confinamento biológico: são as medidas utilizadas para evitar a saída de doenças infecciosas de centros de pesquisa ou de qualquer lugar capaz de originá-las.

  • Bioproteção: é o conjunto de medidas destinadas a reduzir o risco de perda, roubo, uso incorreto ou liberação intencional de agentes patogênicos ou toxinas, incluídas as relativas ao acesso às instalações, armazenamento de materiais e dados e políticas de publicação.

Princípios e elementos da biossegurança 

A biossegurança é uma disciplina complexa e que não está isenta de perigos. Por esta razão, o conjunto de regras e barreiras destinadas a prevenir o risco biológico derivado da exposição a agentes biológicos infecciosos é fundamental. De maneira general, os princípios e elementos da biossegurança podem ser resumidos em:

Avaliação de risco

Os trabalhadores que manipulam agentes biológicos potencialmente infectados devem saber os riscos e dominar as práticas e técnicas requeridas para manejá-los de forma segura. Devem avaliar constante e sistematicamente a probabilidade de danos ou infecções.

Universalidade

As medidas de biossegurança devem ser cumpridas por todos pois qualquer pessoa é suscetível de portar microorganismos patogênicos.

Barreiras

Os elementos utilizados como contenção contra a contaminação biológica costumam ser divididos em dois grupos: por um lado, a imunização (vacinas) e, por outro, as barreiras primárias (equipamentos de segurança: luvas, macacões ou máscaras) e as barreiras secundárias (desde áreas de trabalho isoladas até lavatórios ou sistemas de ventilação). Todas elas são obrigatórias para evitar a exposição directa a todos os tipos de amostras potencialmente contaminadas.

Eliminação

Qualquer resíduo gerado deve ser descartado, seguindo de forma estrita determinados procedimentos específicos em função de sua tipologia.

Níveis de biossegurança nos laboratórios. Medidas e materiais

Os Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos classificaram em 1974 os agentes patogênicos em quatro grupos de risco. Mais tarde, a OMS atualizou dita classificação, favorecendo assim a hierarquização dos laboratórios em função do grupo de risco dos agentes patogênicos que manipulam.

  • Grupo de risco 1 (risco individual e populacional baixo)

Microorganismos que têm muito poucas probabilidades de provocar doenças. Os laboratórios BSL 1 têm um nível básico de contenção fundamentado em práticas microbiológicas standard sem nenhuma barreira primária ou secundária especialmente recomendada. Não é necessário equipamento de segurança.

  • Grupo de risco 2 (risco individual moderado, risco populacional baixo)

Agentes patogênicos que podem provocar doenças (as quais raramente são graves), mas que têm poucas probabilidades de se propagarem. Também inclui qualquer derivado do sangue ou tecidos humanos em que a presença de agentes infecciosos não é certa. Os laboratórios BSL 2 possuem barreiras secundárias como pias para a lavagem de mãos e instalações de descontaminação de resíduos. O equipamento de protecção inclui bata de laboratório, luvas e protecção facial, sempre que necessário. O vestuário de protecção deve ser removido imediatamente após a saída do laboratório.

  • Grupo de risco 3 (risco individual alto e populacional baixo)

Agentes patogênicos que costumam provocar doenças graves que não se transmitem facilmente como a febre amarela, que precisa da picada de um mosquito, ou que pode ser transmitida por via respiratória. Nos laboratórios BSL 3 todas as manipulações devem ser realizadas em cabines de biossegurança (BSC) ou outros equipamentos fechados. As barreiras secundárias incluem o acesso controlado ao laboratório e requisitos de ventilação que minimizem a liberação de aerossóis infecciosos. O equipamento de protecção é semelhante ao grupo de risco 2, mas inclui equipamento respiratório nos casos em que existe o risco de infecção por inalação. 

  • Grupo de risco 4 (risco individual e populacional elevados)

Agentes patogênicos que provocam doenças graves e que são transmitidas facilmente entre indivíduos, e para as quais não há medidas preventivas e terapêuticas eficientes. Em geral, um laboratório BSL 4 se situa em um edifício separado ou em uma área totalmente isolada com sistemas de gestão de resíduos e requisitos de ventilação especializados para prevenir a liberação de agentes patogênicos. Da mesma forma, para isolar o pessoal dos materiais infecciosos em aerossol são utilizadas barreiras como trabalhar em uma BSC de máxima proteção ou macacões de corpo inteiro, com provisão de ar e pressão positiva.

What are high-risk laboratories and where are they?

BSL 4 laboratories, which work with lethal pathogens, and BSL 3+ laboratories (BSL 3 enhanced laboratories), which work with potentially lethal pathogens, are considered high risk. Let’s see where all of these laboratories are around the world, whether in operation, under construction or planned.

North America

Open / Close
  • BSL 4 15
  • BSL 3+ 19

Europe

Open / Close
  • BSL 4 26
  • BSL 3+ 21
  • BSL 4 20
  • BSL 3+ 10

South America

Open / Close
  • BSL 4 1
  • BSL 3+ 4

Africa

Open / Close
  • BSL 4 3
  • BSL 3+ 2

Oceania

Open / Close
  • BSL 4 4
  • BSL 3+ 1

Aplicações da biossegurança

Apesar de se terem tornado populares devido à sua luta contra a SRA-CoV-2, os laboratórios de biossegurança não estão apenas a investigar como conter as doenças. A seguir, revisamos outras aplicações da biossegurança:

Alimentação

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a biossegurança permite analisar e gerenciar os riscos relativos à inocuidade dos alimentos, melhorando as sinergias entre setores, favorecendo a segurança alimentar e facilitando o comércio.

Agricultura e pecuária

No caso das fazendas dedicadas à pecuária e agrícolas, a biossegurança é usada tanto para prevenir que entrem doenças e se difundam em seu interior quanto que se estendam para outras explorações ou à sociedade.

Meio ambiente

Neste campo, a biossegurança é responsável pelas pragas vegetais, pragas e doenças animais, zoonoses (doenças transmitidas de animais a humanos), organismos geneticamente modificados e seus produtos, e pela gestão de genótipos e espécies exóticas invasoras.