Metaverso
Metaverso: o lugar onde a realidade física e a virtual se associam
Em um mundo cada vez mais digital, a linha que separa o real do virtual é cada vez mais difusa. E será mais ainda se o metaverso se tornar realidade. O objetivo de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e de outros grandes líderes tecnológicos é criar uma rede virtual através da qual as pessoas possam interagir e realizar atividades on-line, desde fazer compras até ir a shows ou jogar videogames, convertendo-se assim em um cenário normal de nossas vidas.
A evolução tecnológica, em uma incansável busca por encontrar novas formas de conforto e entretenimento, é constante no mundo atual. É assim como os empresários tecnológicos, com suas ideias revolucionárias, se tornaram grandes visionários do século XXI. Falamos de personalidades como Mark Zuckerberg (Facebook), Jeff Bezos (Amazon) ou Elon Musk (Tesla). Uma de suas últimas genialidades? O metaverso. A seguir, nos aprofundaremos um pouco mais no conceito e em suas consequências no futuro de nossas vidas.
Os mundos virtuais
Uma das consequências da citada evolução tecnológica é que a linha entre o mundo real e o virtual é cada vez mais difusa. As redes sociais invadem nosso cotidiano e passamos várias horas nas mesmas, interagindo com outras pessoas. Chegamos inclusive a nos submergir nos videogames graças à realidade virtual ou a inserir elementos virtuais no mundo real através da realidade aumentada.
Sem ir mais longe, também contamos com diversas plataformas digitais à nossa disposição para realizar qualquer tipo de compras, o que está deixando quase em desuso o dinheiro físico. Também ocorre com a informação, tendo um consequente impacto nos jornais de papel. Ou seja, cada vez realizamos mais atividades de nosso dia a dia na Internet e, por decorrência, dependemos mais do mundo virtual que do mundo real em muitos âmbitos de nossas vidas.
O que é o metaverso
Diante de nossas crescentes incursões no mundo virtual e nossa maior dependência do mesmo, o metaverso propõe eliminar definitivamente as barreiras entre o real e o virtual. Portanto, um metaverso seria um ambiente onde os seres humanos poderiam interagir tanto social quanto economicamente através de avatares no ciberespaço, o que funciona como um reflexo do mundo real, mas sem suas limitações físicas.
Conforme Edward Castronova, pesquisador de videogames e mundos virtuais, existem três regras básicas ou três características que se consideram imprescindíveis no metaverso:
Interatividade
O usuário deve ser capaz de se comunicar com os demais usuários, assim como com o próprio metaverso. Dito de outra forma, deve possuir a capacidade de influir em objetos e usuários.
Incorporeidade
O metaverso elimina as barreiras físicas e o mais similar à corporeidade seria encontrado em elementos como nosso próprio avatar, que representaria nossa identidade.
Persistência
O metaverso irá se concretizando paulatinamente e convergirá na união de diferentes tecnologias relacionadas com a imersão virtual, de tal maneira que nesse contexto nossa vida usufruiria de continuidade.
Origem e evolução do metaverso
O conceito de metaverso apareceu pela primeira vez em 1992 com o escritor norte-americano Neal Stephenson. Em sua novela Snow Crash descreveu uma espécie de espaço virtual coletivo compatível e convergente com a realidade. Para acessar esse mundo, precisávamos de óculos, disponíveis em terminais privados ou públicos no mundo real, que permitiam aparecer como um avatar no mundo virtual e concediam a capacidade de se mover nesse ambiente.
Desde essa primeira aproximação ao metaverso, ocorreram diferentes descrições e aplicações do conceito. Em 2018, o visionário diretor Steven Spielberg o popularizou com seu filme Ready Player One, uma adaptação de um livro de Ernest Cline publicado em 2011, e o videogame Fortnite começou a explorar de certa forma essa interação entre pessoas e tecnologias através da organização de eventos que juntavam em uma mesma hora milhões de usuários em todo o mundo. De fato, o sucesso foi rotundo e ganhou uma maior dimensão quando alguns artistas musicais de renome (Marshmello, Travis Scott ou Ariana Grande) colaboraram com o videogame para atuar ao vivo em plena pandemia da COVID-19.
Aplicações do metaverso
Até agora, o metaverso não deixou de ser uma ideia que, embora cada vez mais palpável pelo progresso da tecnologia, ainda está longe de fazer parte do nosso cotidiano. E, caso se tornasse realidade, chegando inclusive a substituir a Internet, quais seriam suas aplicações? Quais experiências poderíamos viver no metaverso? A seguir, elencamos algumas delas:
As empresas que estão por detrás do metaverso
Para que o metaverso se concretize, é necessário o impulso das empresas líderes em tecnologia e inovação em nível global. E assim está sendo: os progressos estão sendo notórios e os investimentos aumentarão nos próximos anos. As dúvidas surgem em torno do modelo de negócio que seria aplicado em um mundo tão novo como o do metaverso e da cibersegurança, um assunto que provoca cada vez mais preocupações, tal como foi indicado pelos especialistas Alec Ross e Keren Elazari. A seguir, saberemos o que estão fazendo as duas empresas que lideram esse projeto na atualidade.
O metaverso da Epic Games
A empresa criadora do Fortnite ou do Roblox anunciou no dia 13 de abril de 2021 um investimento de cerca de um bilhão de dólares para a construção de uma "visão a longo prazo do metaverso". Esta injeção monetária permitirá que a empresa desenvolva de forma mais aprofundada as experiências sociais que o metaverso acarreta. Inclusive o Sony Group Corporation contribuiu para a causa com um investimento adicional de duzentos milhões para entrar de forma plena no projeto e fornecer tanto sua tecnologia quanto suas vias de entretenimento.
O metaverso do Facebook
A empresa dirigida por Mark Zuckerberg comprou a empresa Oculus, especializada em óculos de realidade virtual. Desde esse momento, a empresa tem desenvolvido diversas iniciativas pensadas para a criação de um metaverso. De fato, um dos projetos mais avançados é o Facebook Horizon, um videogame on-line que permite que o usuário crie seus próprios avatares e interaja com objetos graças a esses óculos. Em 2021, o Facebook anunciou a criação de 10.000 empregos na Europa nos próximos cinco anos para desenvolver o metaverso.