Entrevista com Hyperion e Sensohive
Conheça os vencedores do Start-up Challenge de otimização de instalações de transmissão elétrica
As empresas Hyperion e Sensohive foram as escolhidas como vencedoras do Start-up Challenge Automatização da construção de instalações elétricas de transmissão. O objetivo da Iberdrola com o concurso era encontrar soluções que permitissem otimizar a construção desse tipo de infraestrutura, melhorando a eficiência e produtividade dos diferentes processos. Para conhecê-las um pouco mais, adentrar-se em seus projetos e saber quais são seus desafios e ambições, conversamos com seus responsáveis.
Inovação, empreendimento, eficiência, compromisso ambiental e tecnologia de última geração. Estes são apenas alguns dos termos que descrevem os vencedores do desafio promovido pela Iberdrola. O grupo energético, que considera que a colaboração é fundamental para tornar este planeta um lugar mais seguro e sustentável, escolheu a Hyperion e Sensohive devido às suas propostas inovadoras. Seus projetos exemplificam caminho que a Iberdrola deseja seguir para, entre outras coisas, encontrar soluções inovadoras que permitam melhorar seu funcionamento e minimizar o impacto ambiental.
Henry Unterreiner, cofundador da Hyperion
Estamos muito alinhados com a abordagem de sustentabilidade da Iberdrola
Por isso, Henry Unterreiner, cofundador da Hyperion, e Thomas Juhl, sócio da Sensohive, nos explicam detalhadamente seus projetos, o "como" e o "porquê" de suas ações, assim como seus desafios e ambições.
HYPERION: SUSTENTABILIDADE E COMPROMISSO AMBIENTAL
Unterreiner descreve a razão de ser da empresa finlandesa: "Desenvolvemos uma solução de concreto armado com impressão 3D para o setor da construção." Partindo desta premissa, para o Start-up Challenge propuseram utilizar sua tecnologia na construção da rede de transmissão da Iberdrola com o objetivo de otimizar a construção da "infraestrutura energética do futuro".
A solução de concreto armado por impressão 3D da Hyperion é "mais rápida, barata e sustentável que os métodos tradicionais de construção com concreto". Para Unterreiner, a missão da Hyperion é "fazer com que o concreto seja mais sustentável". Como? Ele nos explica detalhadamente:
Reduzindo o uso de cimento graças à sua "mistura reciclada de impressão 3D".
Otimizando as estruturas que imprimem para "utilizar apenas 50 % do material que normalmente é preciso".
Eliminando a necessidade de cofragem, o que "significa um grande volume de resíduos".
Finalmente, segundo afirma o cofundador da empresa finlandesa, a Hyperion quer ser "o agente da mudança para uma indústria da construção mais automatizada e sustentável". Unterreiner ressalta o compromisso com o planeta através da colaboração empresarial: "Estamos agradecidos por esta oportunidade única de fornecer automação para a construção de futuras infraestruturas energéticas mais ecológicas."
Impressão 3D de concreto armado.
SENSOHIVE: PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA
Thomas Juhl, sócio da Sensohive, por sua vez, foca o objetivo dessa empresa em "facilitar às empresas a compilação, a análise e o uso dos dados e sua documentação de forma simples, porém eficaz", sempre através da "automação da transmissão e da construção".
O que isso significa exatamente? Tal como explica Juhl, a empresa dinamarquesa, através da solução Maturix Link externo, abra em uma nova aba., "mede, controla e, portanto, otimiza todos os ativos que fazem uso do concreto". Isso permite reduzir o tempo médio do processo entre 30 % e 50 %.
Maturix: monitoramento do concreto em tempo real
Não é possível conceber o que a Sensohive significa sem falar da Maturix, uma solução de monitoramento do concreto em tempo real. Como funciona? Juhl nos conta que na Sensohive utilizam "uma rede IoT para a transmissão de dados wireless de longo alcance. O transmissor da Maturix envia os dados continuamente através de antenas ou gateways à nuvem, o que permite acessá-los a partir de qualquer lugar, sem a necessidade de estar perto do sensor para a coleta de dados".
Em geral, o que fazem é combinar "a tecnologia IoT para a obtenção de dados wireless em tempo real, um software fácil de usar com um hardware durável e reutilizável e sondas padrão da indústria de baixo custo". Juhl resume o processo destacando as principais vantagens de utilizar essa solução:
Dados em tempo real.
Acesso a partir de qualquer lugar com um baixo custo por monitoramento.
Medições ao vivo sobre o processo de cura do concreto com dados de temperatura, maturidade e desenvolvimento da resistência.
Saiba como funciona a solução Maturix.
POR QUE COM A IBERDROLA?
Como muitas das coisas boas que acontecem na vida, nem tudo chega por acaso. Quando a Hyperion ficou sabendo da grande oportunidade deste concurso, viu que sua tecnologia encaixava no projeto, além de estar "muito alinhada com a abordagem de sustentabilidade da Iberdrola", tal como afirma Unterreiner, pois compartilham "a mesma visão para que a indústria da construção seja menos prejudicial para o meio ambiente".
Unterreiner garante que para a empresa finlandesa os Start-Up Challenges da Iberdrola são eventos fundamentais para que empresas emergentes como a sua “entrem em contato com grandes companhias inovadoras". Essas oportunidades atuam como catalisadores para levar sua "solução a aplicações em grande escala".
Thomas Juhl, sócio da Sensohive
Acreditávamos que, se ganhássemos o concurso, poderíamos ter um grande impacto
Juhl, por sua vez, comenta que na Sensohive achavam que, se vencessem o desafio, poderiam ter um grande impacto e "conseguir uma maior eficiência e produtividade". Afirma que tinham a convicção de que a "Maturix encaixava muito bem" na proposta da Iberdrola. Além disso, não é a primeira vez que participam de "uma estreita cooperação" com uma grande empresa, seja do setor que for, com "grande sucesso para todas as partes".
ORIGEM EMPRESARIAL E TECNOLÓGICA
A Hyperion foi fundada na Finlândia em 2019, segundo Unterreiner como "resposta ao desafio de tornar a indústria da construção mais eficiente e sustentável". De fato, com a crescente pressão sobre as infraestruturas desse setor, existe uma demanda por construir melhor e com menos recursos e, como equipe de especialistas na indústria da construção, querem "fazer parte da solução".
A empresa finlandesa é formada por uma equipe multidisciplinar de criadores entusiastas e colaboradores que "fazem um pouco de tudo" provenientes de quatro continentes e nove nacionalidades diferentes. Cada um deles tem "experiência no setor da construção e oferecem suas próprias habilidades à equipe: negócios, arquitetura, automação, engenharia mecânica e design estrutural", o que lhes permitiu "criar uma solução para tornar o concreto mais eficiente e sustentável".
Unterreiner ressalta que foi preciso "muitas repetições para desenvolver sua tecnologia atual" e que atualmente se esforçam "melhorar e inovar continuamente" para futuros projetos e tecnologias que estão desenvolvendo.
A Sensohive foi fundada em 2014. Casper Harlev, Tobias Ejersbo e Tim Larsen, que continuam fazendo parte da empresa, começaram se interessando pela tecnologia wireless. De fato, a primeira série com sensores de temperatura e umidade continua sendo utilizada em estufas e no controle da cadeia de frio para supermercados e restaurantes nos países nórdicos.
A Sensohive passou de ter uma pequena equipe fundadora de três engenheiros para uma "equipe de 15 pessoas, e com muitos planos de contratação para este ano". Juhl nos conta que são uma "grande mistura proveniente de diversos campos e com diferentes antecedentes, níveis de experiência e nacionalidades". No entanto, todos têm a missão de "aumentar a eficiência com soluções wireless" e ambicionam "grandes projetos".
Embora tenham feito várias coisas no setor, Juhl afirma que continuam motivados pela "inovação e com o objetivo de simplificar a coleta, a análise, a documentação e o uso de dados em tempo real de forma valiosa para o B2B".
Depois de desenvolver sensores para outros mercados, identificaram um setor onde a inovação e a digitalização continuam sendo insuficientes: o da construção". Junto a empresas dinamarquesas da construção desenvolveram o já referido Maturix e aprenderam "como o monitoramento da temperatura dentro de uma estrutura de cimento permite calcular a maturidade e a resistência deste material".
PRÓXIMOS DESAFIOS E PROJETOS DE FUTURO
Para enfrentar o desafio do aquecimento global que temos por diante, Unterreiner considera que será necessário algo mais do que reduzir o uso do concreto com geometrias impressas em 3D otimizadas. Também devem "adotar os princípios da economia circular", que se refletem em sua mistura de concreto 3D reciclado.
Com seu sócio da indústria de materiais, Unterreiner nos explica que a Hyperion está "explorando constantemente o uso potencial de subprodutos reciclados de outras indústrias" (cinzas volantes, GGBS, etc.) e, em colaboração com a Iberdrola, esperam "explorar também o potencial de incluir a fibra de carbono das pás de aerogeradores desmantelados" para reforçar suas impressões em 3D.
Juhl, por sua vez, considera que nos últimos anos "tem havido uma grande demanda de compilação de dados, documentação e otimização". Além disso, apesar de "a inovação e a digitalização no setor da construção estarem ainda engatinhando, o mercado tem um grandíssimo potencial".
O sócio da Sensohive relata que atualmente estão trabalhando na ampliação de sua carteira de produtos com uma "nova série de transmissores e de outras soluções de supervisão do concreto". Eles estão planejando projetos "muito interessantes" e "trabalhando duro para aumentar a eficiência nas obras".