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'Real Food': a última tendência em alimentação saudável e sustentável

Saúde Sociedade Comida

Real Food é uma tendência que aposta na denominada "comida real", ou seja, produtos minimamente processados ou cujo processamento não piorou sua qualidade ou reduziu suas propriedades. Esse movimento, que está na moda em todo o mundo, defende o direito de ter uma alimentação saudável e respeitosa com o planeta.

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'Real Food': uma alimentação sustentável baseada em alimentos minimamente processados.

Nos anos oitenta, diversos estudos — patrocinados por organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) — desenvolveram uma nova corrente que aliava conceitos como nutrição e sustentabilidade, criando assim o conceito de dieta sustentável. Conforme a própria FAO, uma dieta sustentável é aquela que gera um impacto ambiental reduzido, protege a biodiversidade e os ecossistemas, promove um estilo de vida saudável e é adequada do ponto de vista nutricional.

No entanto, nas últimas décadas, o ritmo cada vez mais frenético das sociedades ocidentais causou justamente o efeito contrário: um aumento do consumo de alimentos processados e ultraprocessados, conhecidos como fast food (comida rápida) e, em definitivo, de hábitos alimentares pouco saudáveis e que estão longe da dieta sustentável proposta pela ONU através da FAO. Diante dessa situação, algumas vozes se manifestaram criando alternativas como o Real Food.

O que é o 'real food' o comida de verdade

Para reduzir a ingestão de comida pouco saudável, nos últimos anos surgiu o movimento realfooding. Essa tendência, que se popularizou graças a redes sociais como Instagram, embora também tenha recebido apoio de comércios e instituições públicas, defende a denominada "comida real", mas na verdade vai muito além disso. Considera-se Real Food todos aqueles alimentos que não foram industrialmente processados ou cujo processamento não interferiu em suas qualidades naturais nem piorou a qualidade de sua composição.

Eis que aqui surge uma dúvida: todos os alimentos processados são ruins? A resposta é não, tal como indicam os especialistas, há alimentos que exigem um processo para torná-los mais seguros, melhorar sua conservação ou facilitar seu consumo. O problema são aqueles alimentos que durante o processo perdem algumas de suas propriedades ou apresentam uma redução de sua qualidade com a inclusão de alguns ingredientes de caráter industrial.

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Os fundamentos do 'Real Food'.

  VER INFOGRÁFICO: Os fundamentos do 'Real Food' [PDF]

Quais alimentos devo utilizar para uma receita 'real food'

Os realfooders são os adeptos desse movimento, que em seguida se converteu praticamente em um estilo de vida. São talvez aqueles que melhor interiorizaram o conceito de dieta saudável da FAO, mas, o que come e o que não come um realfooder?

  • SIM. Real Food ou comida real

Alimentos não processados, minimamente processados ou cujo processamento não os altere negativamente. Por exemplo: verduras, tubérculos, hortaliças e frutas; frutos secos, legumes, ervas, especiarias e sementes; café e chás; cereais 100% integrais ou com grãos inteiros; peixe, frutos do mar e carnes sem processar; ovos e leite fresco.

  • SIM. Processados bons

Alimentos cujo processamento industrial é benéfico e seguro, por exemplo, qualquer comida real embalada a vácuo, azeite de oliva extravirgem, pães 100% integrais, chocolate preto ou cacau em pó 70%, bebidas vegetais que não contenham açúcares adicionados, etc. Uma boa dica para distingui-los é que em seu rótulo tenham apenas de um a cinco ingredientes.

  • NÃO. Ultraprocessados

Os realfooders evitam a todo o custo preparados industriais. Além de serem menos saudáveis, são uma das principais causas da obesidade em todas as idades. Alguns exemplos desses alimentos são: confeitaria industrializada, cereais refinados, salgadinhos (snacks), guloseimas, pratos pré-cozidos para aquecer ou fritar, etc.

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O que os 'realfooders' comem?

Dicas para uma alimentação sustentável

Para os realfooders também é muito importante a relação entre sua dieta e o impacto desta no meio ambiente. Nesse sentido, a FAO oferece uma série de dicas para ter uma alimentação sustentável:

  Equilibre sua dieta. Incline-se por um regime rico em verduras, legumes, frutas e hortaliças.

  Reduza o consumo. Diminua a quantidade de carnes, peixes e produtos lácteos em sua dieta.

  Opte pelo natural. Esqueça os pré-cozidos, transgênicos e produtos elaborados.

  Evite o desperdício. Compre apenas a quantidade de alimentos que irá consumir.

  Aposte no ecológico. Inclua em sua dieta alimentos livres de agrotóxicos e fertilizantes.

  Cuide do meio ambiente. Se você consumir alimentos sazonais reduzirá as emissões de CO2.

  Apoie o comércio justo. Escolha alimentos que promovam uma relação comercial respeitosa.

  Una-se a um grupo de consumo. Facilitará seu acesso a produtos locais sem intermediários.

Vantagens e desvantagens do comida de verdade

As vantagens de participar desse movimento são inúmeras: além de promover um estilo de vida mais saudável, tal como vimos antes, também favorece um sistema de produção alimentar mais sustentável que repercute positivamente na luta contra as mudanças climáticas. Além disso, os realfooders preferem a compra a granel que ajuda a reduzir o consumo do plástico. Entre as desvantagens poderíamos citar as seguintes: que as pessoas confundam seguir uma dieta Real Food com uma dieta de emagrecimento, que as recomendações do realfooding sejam levadas ao extremo ou que, ao ser um movimento que viralizou nas redes sociais, algumas de suas mensagens possam ser deturpadas ou erroneamente interpretadas.