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O presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, participou do Power Summit organizado pela Eurelectric, a Federação da Indústria Elétrica Europeia. Sua intervenção aconteceu na sessão sobre como acelerar a transição durante a década atual, que também contou com a participação do presidente da EDF, Jean Bernard Lévy, e o CEO da Accenture, Jean Marc Ollagnier.

“Há um consenso generalizado: as baixas emissões de carbono não são suficientes; a Europa precisa de uma economia de carbono zero”, afirmou Galán. Com a nova Lei do Clima da UE, a Europa pode se converter no primeiro continente climaticamente neutro”, insistiu.

O presidente da Iberdrola explicou que essa lei representa uma enorme oportunidade para a Europa, que pode modernizar suas infraestruturas elétricas, melhorar as condições ambientais e a qualidade do ar, acelerar a recuperação econômica e o crescimento sustentável, além de criar empregos de alta qualidade nas indústrias do futuro.

Para tal, é necessário haver uma eletrificação da economia em larga escala. “Isso significa mais investimentos em geração de energia renovável, redes elétricas e armazenamento”, explicou o presidente da Iberdrola, que também afirmou que a Companhia tem a capacidade e os conhecimentos necessários para atingir esse objetivo.

“Devemos passar das palavras à ação sem demora”, manifestou Ignacio Galán.

A transformação do sistema energético mundial exigirá investimentos em larga escala nos próximos anos. Tal fato trará consigo uma enorme concorrência para atrair capital e os vencedores serão os países que oferecerem marcos regulatórios adequados, suficientes e previsíveis.

“Precisamos de processos de autorização mais rápidos e ágeis”, explicou o presidente da Iberdrola. “São necessários seis ou sete anos para conseguir licenças para ativos renováveis que podem ser construídos em alguns meses. Se isso não mudar, os objetivos de 2030 não serão cumpridos.”

A importância da aceleração das energias renováveis

Diante da pergunta de como seria possível acelerar a implantação das energias renováveis sem que os mercados da energia sejam afetados negativamente, Ignacio Galán manifestou que as energias renováveis são atualmente as tecnologias de geração mais baratas. “O aumento da cota em energias renováveis proporcionará energia segura e barata às indústrias e residências, mas continuamos precisando de investimentos maciços em geração de energias renováveis para descarbonizar as economias.”

Segundo a Agência Internacional da Energia, atingir os objetivos estabelecidos em Paris exige multiplicar por três a capacidade em energias renováveis em apenas 10 anos. A experiência dos últimos anos demonstra que é possível aumentar significativamente a penetração das energias renováveis sem criar problemas nos mercados elétricos se também investirmos em redes e armazenamento. A adoção do hidrogênio verde multiplicará a demanda por eletricidade renovável. “Temos empresas elétricas dispostas a investir nessa transformação e fornecedores de equipamentos líderes na Europa; só precisamos de uma regulamentação atrativa”, comentou.