Notícia
Iberdrola, maior ‘utility’ privada do mundo que participa desta reunião ministerial, onde a presença do setor empresarial foi muito limitada
Ignacio Galán palestrou na grande cúpula mundial da AIE para traçar o mapa da recuperação verde como único empresário espanhol
- O presidente da Iberdrola defende que se faça mais investimentos em infraestruturas para suportar o crescimento maciço das energias renováveis em todo o mundo, assim como um planejamento de curto, médio e longo prazo
- Considera essencial desenvolver um mercado que proporcione retornos adequados às tecnologias de backup: “Caso contrário, a segurança estará em perigo e sem ela não haverá sustentabilidade”
- O secretário-geral da ONU, António Guterres; o presidente da próxima COP26, Alok Sharma; o presidente do Fórum Econômico Mundial, Børge Brende, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans e a ministra para a Transição Ecológica da Espanha, Teresa Ribera, participaram desse encontro de alto nível, que esteve representado pela maior parte do PIB mundial e 80% do consumo energético e emissões globais
O presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, foi o único empresário espanhol e um dos poucos europeus que palestrou no dia de hoje no grande fórum mundial convocado pela Agência Internacional da Energia (AIE) sob o título IEA Clean Energy Transitions Summit, e a Iberdrola, a maior utility privada do mundo em participar. Essa cúpula, onde esteve presente a maior parte do PIB mundial e cerca de 80% do consumo energético e das emissões globais, permitiu um acesso muito limitado ao setor empresarial.
Durante sua palestra no painel Resilient and Sustainable Electricity Sector, Galán expôs sua visão sobre quais devem ser as pedras angulares da recuperação verde. O setor elétrico será essencial, pois demonstrou sua grande resiliência durante a crise da COVID-19.
Em primeiro lugar, o presidente da Iberdrola analisou o desafio que representa o crescimento maciço da capacidade renovável em todo o mundo: “Já é uma realidade em todos os mercados, dada a competitividade e a sustentabilidade da tecnologia disponível.” Porém, para suportar esse crescimento, insistiu Galán, “precisaremos de importantes investimentos em infraestruturas (redes e armazenamento) que nos permitam integrar essa nova energia renovável no sistema para poder manter a estabilidade e a segurança do fornecimento”.
Portanto, nesse sentido, “é imprescindível contar com períodos remuneratórios de longo prazo e com regulações estáveis e previsíveis que permitam desenvolver com segurança a tecnologia que já temos”, acrescentou o presidente da Iberdrola.
Em relação às novas tecnologias como o hidrogênio verde, que representam uma oportunidade de descarbonização para certos setores, destacou a necessidade de destinar mais recursos para P&DI, com pacotes de estímulo que as tornem competitivas.
Planejamento de curto, médio e longo prazo
“Um planejamento de curto, médio e longo prazo será absolutamente fundamental se quisermos criar âmbitos atrativos”, afirmou Galán, que reconheceu que nos últimos dias recebeu bons sinais nesse sentido, com decisões de aceleração de investimentos em redes e energias renováveis e com a nova estratégia lançada ontem mesmo pela União Europeia.
Segundo o presidente da Iberdrola, tudo isso deverá acontecer paralelamente ao desenvolvimento de um modelo de mercado que proporcione os retornos necessários às tecnologias de backup, em um sistema com uma penetração das energias renováveis cada vez maior. “Caso contrário, a segurança estará em perigo e sem ela não haverá sustentabilidade”
Sobre a IEA Clean Energy Transitions Summit
Os ministros dos países que acumulam a maior parte do PIB, que mais uso fazem da energia e mais emitem em âmbito mundial, se reuniram hoje de forma virtual para participar dessa grande cúpula, que representa o maior debate sobre energia e clima desde o início da pandemia. Nela, foram analisadas as ações de curto prazo para uma recuperação sustentável, além da ação governamental para acelerar a transição e a inovação energética.
Entre os participantes de alto nível se destacam: António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas; Alok Sharma, secretário de estado do Reino Unido e presidente da próxima COP26, e os ministros dos países onde ocorreram as duas últimas reuniões da COP (Espanha e Chile). Também contou com a participação do presidente do Banco Asiático de Desenvolvimento, o presidente do Fórum Econômico Mundial (Davos), os líderes do setor energético mundial, grandes investidores e representantes da sociedade civil.
Entre os participantes também merecem destaque os representantes dos maiores consumidores de energia do mundo: o ministro Zhang Jianhua da China, o secretário Dan Brouillette dos Estados Unidos, o Ministro R.K. Singh da Índia, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, e o ministro de Economia, Comércio e Indústria do Japão, Kajiyama Hiroshi.