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O presidente do grupo Iberdrola, Ignacio Galán, recebeu do presidente da Mapfre, Antonio Huertas, o prêmio MAPFRE Inclusão Responsável, concedido à companhia energética durante a realização do I Fórum do Observatório Mapfre de Finanças Sustentáveis. A referida distinção corresponde ao compromisso da Iberdrola com as pessoas com deficiências, mais concretamente pelo desenvolvimento de projetos, políticas e adaptabilidade profissional.

O prêmio, que está em sua primeira edição, surge na sequência do lançamento realizado há exatamente um ano do fundo de investimento MAPFRE Inclusão Responsável, que inclui em sua carteira as empresas mais comprometidas com a inclusão profissional das pessoas com deficiências, entre as quais está a Iberdrola.

Além de receber esse reconhecimento, Ignacio Galán participou de um debate sobre rentabilidade financeira e dividendo social no âmbito do fórum de finanças sustentáveis. Em sua intervenção, Galán solicitou aos investidores que levassem em conta as ações concretas e reais desenvolvidas no âmbito das práticas empresariais ESG (ambiental, social e de governança, em português) no momento de tomar decisões.

“Não tenho certeza de que todos os setores estejam dando a importância necessária para o elemento social e ambiental”, explicou o presidente da Iberdrola, que alertou que “estamos considerando o compromisso de 2050” mas “o problema ocorre em 2021. A decisão deve ser tomada agora”.

Devemos agir e medir hoje, não basta apenas dizer o que será feito no futuro

Galán também exigiu mais rigor na hora de medir os fatores ESG, levando em consideração números absolutos e não em termos relativos: “Se você emitir mil e reduzir 50%, continuará emitindo muito. Não temos que ser menos ruins, mas sim os melhores”, garantiu.

Portanto, nesse sentido, reivindicou ao setor financeiro acabar com o denominado greenwashing (lavagem verde), que é a estratégia de muitas empresas ao se comprometerem com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “As instituições financeiras devem ser muito mais rígidas nesse assunto e pedir números concretos, e não porcentagens. Devemos agir e medir hoje, não basta apenas dizer o que será feito no futuro.

O presidente da Iberdrola explicou que, contra essa atitude, a companhia incluiu em seus estatutos o dividendo social, que demonstra seu compromisso com a criação de valor sustentável para todos os seus Stakeholders de forma estruturada e mensurável.

Ignacio Galán também se referiu à difícil situação econômica atual gerada pela pandemia da COVID-19 e pediu que os poucos recursos existentes sejam investidos em empresas e setores produtivos e com futuro. Galán insistiu em que para sair da crise é preciso “investir mais e melhor, trabalhar mais e melhor e subvencionar o absolutamente necessário” para criar uma “economia produtiva”.

O executivo também pediu para que “não se tome decisões estruturais em momentos conjunturais”, reconvertendo setores que podem ter futuro e ajudando outros sem perspectivas “para que passem pelas menores dificuldades possíveis”, mas de forma conjuntural. “Não podemos deixar ninguém para trás, mas devemos fazer isso com todo o nosso esforço. As empresas com seus balanços, os técnicos com seus conhecimentos e os políticos com suas capacidades para tentar dar um salto na economia e em nosso modelo produtivo”, defendeu o presidente da Iberdrola.

Pensando nas futuras gerações, Galán destacou que uma vez que vamos deixar-lhes “uma dívida gigantesca”, temos a obrigação de legar a herança de “um país melhor”, investindo em formação e criação de emprego e colaborando com centros educativos e universidades para formar as pessoas.