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2024-12-09 14:39:00.0 - 2024-12-09 14:39:00.0 UTC +01:00Iberdrola recebe sinal verde para instalar o maior parque eólico de Portugal
- Com um investimento total de cerca de 350 milhões de euros, o projeto reforça o compromisso da Iberdrola com seus objetivos ambientais em Portugal, como o de combinar energia eólica com energia hidrelétrica.
- Com uma capacidade instalada de 274 MW e uma capacidade de produção de 601 GWh por ano, a infraestrutura do parque eólico será integrada ao Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET) e aproveitará o ponto de conexão e as infraestruturas existentes em Ribeira de Pena.
- Este tipo de projeto de energia limpa nos permite ganhar maior autonomia energética e obter uma maior garantia de fornecimento sem depender de terceiros e de combustíveis fósseis.
A Iberdrola obteve a licença de produção emitida pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) de Portugal, o que marca mais um passo para a construção do maior parque eólico do país. Situado nos distritos de Vila Real e Braga, no norte de Portugal, e com um investimento total de cerca de 350 milhões de euros, este projeto reforça o compromisso da Iberdrola com seus objetivos ambientais, sendo o primeiro a integrar energia eólica e hidrelétrica em uma única operação. O empreendimento espera compartilhar o ponto de conexão e a linha de transmissão de energia, o que exigirá uma ampliação da subestação, já prevista no projeto inicial.
Com uma capacidade instalada de 274 MW e uma capacidade de produção de 601 GWh por ano, equivalente ao consumo de 128.000 residências, esta infraestrutura será integrada ao Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET). O projeto, que se beneficiará do ponto de conexão existente em Ribeira de Pena, assinará um contrato de fornecimento de energia de longo prazo, também conhecido como PPA.
O projeto em questão, composto pelos parques eólicos Tâmega Norte e Tâmega Sul, faz parte de um acordo assinado com o fundo soberano de investimento norueguês, administrado pelo Norges Bank Investment Management. A incorporação de energia eólica no Complexo do Tâmega aumentará a contribuição de energia limpa, competitiva e de baixo custo para o sistema elétrico português, garantindo o fornecimento máximo de energia verde, originalmente autorizado para cada projeto, pelo maior tempo possível.
A redução das emissões de CO2 não se deve apenas à produção de energia 100% verde, mas também à construção do projeto, que, por estar integrado ao ambiente do Complexo Tâmega, reduz significativamente o impacto ambiental ao utilizar a infraestrutura, as estradas e as instalações já existentes.
Além disso, nas épocas de pico, serão criados cerca de 700 empregos em áreas como engenharia civil, montagem de turbinas eólicas, subestações e linhas de transmissão. O projeto fortalecerá a independência energética do país, o que fará uma importante contribuição para alcançar os objetivos do Plano Nacional de Energia e Clima.
Alejandra Reyna, diretora da Iberdrola Renovables Portugal, destaca: "Demos um passo importante para a construção do maior parque eólico e do primeiro projeto híbrido que integra energia eólica e hidrelétrica em Portugal. Este projeto é mais uma demonstração do compromisso da Iberdrola em promover a transição energética em Portugal, onde já investiu mais de 2 bilhões de euros em energias renováveis nos últimos 20 anos. Esse compromisso com a eletrificação, por meio de energia renovável e foco em inovação, mostra nossa dedicação com a construção de um futuro sustentável, confiável e acessível".
Tecnologia avançada e impacto na economia local
O projeto eólico foi concedido à Vestas e consistirá na instalação de 38 turbinas eólicas de última geração, a Vestas Enventus V172, com uma capacidade unitária de 7,2 MW e uma altura de 114 metros.
A alternância entre as tecnologias hidrelétrica e eólica reduzirá significativamente a dependência de condições ambientais intermitentes e as restrições de recursos escassos, como o vento. Esta integração promove maior estabilidade da produção de energia renovável e otimização da infraestrutura.
Como em todos os projetos de energia renovável em Portugal, será fundamental o foco nos fornecedores locais: empresas como a CJR e a Conduril-Socorpena também participarão no desenvolvimento da estrutura básica, enquanto a Painhas e a Proef estarão presentes na construção da subestação e das linhas de transmissão, que começarão a ser implantadas no início de 2025.
Medidas ambientais inovadoras
A preservação do ecossistema é um elemento essencial na construção desse tipo de projeto. A Iberdrola implementará sistemas de monitoramento contínuo de fatores ambientais durante a construção para monitorar aves, flora, habitats e arqueologia, a fim de mitigar possíveis impactos, identificar novas soluções para minimizá-los e obter uma compreensão mais profunda da biodiversidade local.
Sistema Eletroprodutor do Tâmega
O Complexo Hidrelétrico do Tâmega é um dos mais importantes projetos hidrelétricos realizados na Europa nos últimos 25 anos. Com um investimento total de mais de 1,5 bilhão de euros, é composta por três usinas: a Central Hidrelétrica do Alto Tâmega, com capacidade instalada de 160 MW, a Central de Armazenamento por Bombagem de Gouvães (880 MW) e a Central de Daivões (118 MW). As duas últimas estão em operação desde 2022.
As três centrais têm uma capacidade instalada de 1.158 MW, o que representa um aumento de 6% do total de energia elétrica instalada no país. Dessa forma, o complexo é capaz de produzir 1.766 GWh por ano, o suficiente para atender às necessidades energéticas dos municípios vizinhos e das cidades de Braga e Guimarães (440.000 residências). Além disso, esta infraestrutura renovável tem uma capacidade de armazenamento de 40 milhões de kWh, o equivalente à energia consumida por 11 milhões de pessoas 24 horas por dia em suas residências.
O Complexo Tâmega é capaz de evitar a emissão de 1,2 milhão de toneladas de CO2 por ano, o que equivale à retirada de aproximadamente 260.000 veículos a combustão das estradas a cada ano. Sua operação possibilitará a diversificação das fontes de produção, evitando a importação de mais de 160 mil toneladas de petróleo por ano. O impacto positivo na região também impulsionará a atividade econômica e o emprego, com a criação de até 3.500 postos de trabalho diretos e 10.000 indiretos durante sua construção, 20% dos quais virão de municípios vizinhos, graças a mais de 100 fornecedores, 75 dos quais são portugueses.