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A Iberdrola conectou à redes elétrica francesa o parque eólico offshore de Saint-Brieuc, construido nas águas da Bretanha francesa. Trata-se do primeiro projeto eólico offshore de grande escala na Bretanha e o segundo na França a produzir energia limpa.

Após a fase de testes, as primeiras turbinas eólicas começaram a fornecer eletricidade limpa em 5 de julho. As turbinas serão gradualmente conectadas à rede até que todas os 62 aerogeradores do parque eólico entrem em funcionamento. 

A eletricidade produzida é coletada pela subestação elétrica localizada no centro do parque e, em seguida, transportada por dois cabos submarinos com uma tensão de 225 kV até a praia de Caroual, em Erquy. Por último, a eletricidade é alimentada na rede por meio da subestação de Doberie, localizada em Hénansal (Côtes-d'Armor).

"É uma grande satisfação que os primeiros aerogeradores do parque tenham começado a produzir energia. Esse é um passo simbólico após 12 anos de esforços para concluir esse projeto gigantesco, que contribui tanto para a soberania energética da Bretanha quanto para a transição energética, um elemento-chave na batalha contra as mudanças climáticas", afirmou Emmanuel Rollin, CEO da Iberdrola França.

Com um investimento de 2,4 bilhões de euros, a capacidade total do parque será de 496 megawatts (MW) distribuídos em 62 turbinas de 8 MW cada. Quando estiver totalmente operacional, Saint-Brieuc produzirá 1.820 gigawatts-hora (GWh) por ano, o suficiente para atender às necessidades energéticas de 835.000 pessoas (incluindo calefação), o que equivale a uma população maior do que a cidade de Valência ou quase tão grande quanto a de Marselha.

Dessa forma, o território de Côtes-d'Armor (600.000 habitantes) se tornará um município de energia positiva, produzindo mais energia do que consome em sua parte doméstica. No total, a instalação cobre 9% do consumo anual de eletricidade da Bretanha.

O parque está sendo construído em colaboração com as empresas francesas RES e Caisse des Dépôts, ambas pertencentes ao consórcio Ailes Marines, de propriedade da Iberdrola após a aquisição de todas as suas ações.

Incentivo à economia espanhola

O projeto conta com uma forte marca espanhola. As jaquetas (jackets), nome dado às plataformas que sustentam os aerogeradores offshore, e as estacas foram construídas e montadas pela Navantia-Windar em Fene (Corunha) e Avilés (Astúrias). Mais de 15 empresas espanholas participaram do contrato de 350 milhões de euros, que gerou um grande efeito em cadeia com a criação de mais de 2.000 empregos diretos e milhares de empregos indiretos. 

Além disso, a Siemens – Gamesa fabricou as turbinas. Com 207 metros de altura cada uma, elas são equipadas com tecnologia de ponta e suas pás, com quase 82 metros de comprimento, oferecem uma área varrida 18% maior do que o modelo anterior e uma melhoria de 20% na produção anual de energia em comparação com sua antecessora.

Líder em energia eólica 'offshore'

O início das operações de Saint-Brieuc reforça a posição de liderança do grupo em eólica offshore, uma tecnologia para a qual alocará 46% do investimento planejado em seu plano estratégico 2023-2025, sendo essa a maior porcentagem, seguida por eólica onshore, com 25%, e solar, com 24%.

O plano prevê investimentos recordes de 47 bilhões de euros, dos quais 17 bilhões serão destinados ao negócio de renováveis. A Iberdrola é líder mundial em energias renováveis, alcançando 40.344 MW de eletricidade verde em operação após o primeiro trimestre de 2023.

Dentro da carteira de energias renováveis da Iberdrola, a eólica offshore é a segunda tecnologia mais importante. A empresa apostou em novas plataformas de crescimento com grande potencial, como Polônia, Suécia, Irlanda, Estados Unidos, Brasil, Filipinas e Japão, o que lhe permitiu contar atualmente com uma carteira eólica offshore de mais de 30 GW. Dessa forma, a empresa tem a garantia de cumprir seu plano até 2025, quando atingirá 3.100 MW em operação.

Além de Saint-Brieuc, os projetos mais notáveis da empresa incluem o complexo East Anglia Hub, no Reino Unido, que contém três projetos com uma capacidade instalada total de 2.900 MW, Vineyard Wind, nos Estados Unidos, e seus três parques eólicos em águas bálticas: Wikinger, Baltic Eagle e Windanker.