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Ignacio Galán participou, na quarta-feira (3 de março), da sessão “A energia do futuro” no âmbito da conferência anual de energia CERAWeek. O presidente da Iberdrola começou sua exposição recordando que o cenário atual, onde as principais companhias energéticas estão se alinhando com a transição para uma produção com baixos teores de carbono, não é novo para a Iberdrola.

“Estamos liderando esta transição há 20 anos”, garantiu.

Ignacio Galán dialogou com Patrick Pouyanné, presidente e CEO da empresa petroquímica TOTAL, com o qual comentou a entrada no mercado energético renovável de agentes provenientes dos setores de petróleo e gás.

O presidente da Iberdrola deu as boas-vindas a esses novos "jogadores". “Há espaço para todos. Devido às enormes oportunidades de investimento oferecidas pela descarbonização, fico feliz em ver que agora todos estamos caminhando na mesma direção” e que “a velha economia está avançando rumo à nova economia”.

O encontro foi mediado por Daniel Yergin, presidente da CERAWeek e especialista em energia e geopolítica global, que comentou que as empresas estão reorientando suas carteiras, expandindo os investimentos para além das áreas tradicionais e adaptando novas tecnologias como a eólica offshore, a fotovoltaica ou o hidrogênio verde.

Relativamente à energia eólica offshore, Galán explicou que não se trata de uma tecnologia nova para a companhia. “Somos líderes há 10 anos. Hoje contribui com cerca de 700 milhões de dólares para o EBITDA do grupo, valor que se multiplicará pelo menos quatro vezes na próxima década”, afirmou. “Atualmente, temos 1.300 MW em funcionamento, 2.600 MW em construção, 9.000 MW prontos para iniciar sua construção e 10.000 MW adicionais em desenvolvimento na Suécia, Japão, Polônia e Irlanda.”

Respondendo à pergunta de Yergin, Galán também destacou o valor dessa tecnologia devido à sua previsibilidade, pois pode funcionar como geração de base para o sistema diante do fechamento das usinas a carvão.

Por outro lado, Galán comentou que “todas as energias são necessárias para a descarbonização total, e o hidrogênio é uma delas”. No entanto, ressaltou que agora todo o hidrogênio é produzido a partir de combustíveis fósseis, “mas o crescimento dessa tecnologia será verde”. O hidrogênio verde exige uma maior demanda por eletricidade, mais investimentos em energias renováveis, redes e armazenamento. “Se todo o hidrogênio atual fosse produzido por eletrólise, a geração solar fotovoltaica e eólica dobraria”, afirmou.

Finalmente, o mediador comentou sobre a importante presença da Iberdrola nos Estados Unidos, a qual foi reafirmada por Galán, que destacou que “a companhia está presente em 25 estados americanos, investirá mais de 35 bilhões de dólares no país até 2025 e tem um grande número de investidores norte-americanos”.