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2019-12-05 00:00:00.0COP25: o BEI e a Iberdrola assinaram dois acordos de financiamento por 690 milhões de euros para projetos de energias renováveis no Brasil e para a nova digitalização de redes elétricas na Espanha
- O Banco da UE financiará com 250 milhões de euros 15 parques eólicos que a empresa construirá no nordeste do Brasil
- É o primeiro acordo assinado entre a entidade e a Neoenergia, filial brasileira da Iberdrola
- Os 440 milhões de euros destinados a redes de distribuição da Iberdrola na Espanha permitirão reforçar estas infraestruturas e torná-las mais inteligentes para responder aos desafios da transição energética
O BEI e a Iberdrola anunciaram hoje, na Cúpula do Clima (COP25) de Madri, dois novos acordos para promover a ação climática por meio de investimentos em projetos de energias renováveis e redes de distribuição elétrica. Para tal, a Vice-presidente do banco da UE, Emma Navarro, e o Presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, assinaram dois empréstimos no valor total de 690 milhões de euros.
Ignacio Galán mostrou-se satisfeito por fechar este acordo durante a Cúpula do Clima. “O lema desta COP é a necessidade de passar à ação e isso é o que hoje a Iberdrola e o BEI estão fazendo: pôr em prática ações concretas que contribuam para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5° C”, assegurou. Galán também destacou que a Iberdrola “já se adiantou nesta transição há 20 anos, quando detectou que o futuro passava, necessariamente, por uma economia descarbonizada. Desde então, investimos 100 bilhões de euros em energias renováveis, redes inteligentes e armazenamento eficiente, e nos convertemos em uma das maiores utilities do mundo”. Da mesma forma, o Presidente da Iberdrola parabenizou o banco da UE pela sua decisão de aumentar sua ambição climática e não mais financiar projetos baseados em energias fósseis: “Todos devemos fazer parte da solução. Como líderes do financiamento sustentável, consideramos que acordos como os assinados hoje são imprescindíveis para converter as mudanças climáticas em uma oportunidade e deixar um planeta habitável para as gerações futuras”.
Por sua parte, Emma Navarro, responsável pela ação climática do banco e de suas operações na Espanha e na América Latina, afirmou: «É um prazer assinar estes acordos na cúpula do clima de Madri porque são um grande exemplo dos esforços do BEI para apoiar a ação a favor do clima dentro e fora da Europa. Para cumprir os objetivos do Acordo de Paris, é necessário mobilizar recursos numa escala sem precedentes e o BEI quer liderar a resposta contra este desafio. Somos o banco do Clima da UE e, por essa razão, reforçamos a nossa ambição climática. Trabalhamos com o objetivo de mobilizar até um trilhão de euros na próxima década através de projetos que, como os que estamos apoiando hoje, irão contribuir para a transição para uma economia com baixos teores de carbono mediante a promoção das energias renováveis».
Do total de 690 milhões de euros, 250 milhões de euros serão utilizados para o financiamento da construção de 15 parques eólicos que a Neoenergia , filial da Iberdrola no Brasil, construirá no país. Estas novas instalações estarão localizadas em três estados do nordeste: Paraíba, Bahia e Piauí. Quando estiverem funcionando, terão uma potência instalada total de 520 megawatts (MW) e produzirão uma média anual de 2.300 gigawatts/hora de eletricidade limpa. A sua implementação permitirá reduzir as emissões de CO2 e aumentar a proporção de energias renováveis na produção de eletricidade no país. Os investimentos nestes novos parques serão realizados ao longo de cinco anos e possibilitarão que 2.300 postos de trabalho sejam criados.
A Iberdrola, através da Neoenergia, tornou-se uma das duas maiores empresas de eletricidade do Brasil por número de clientes, com 13,9 milhões de pontos de fornecimento. A empresa concentra sua atividade nos Negócios de geração, transmissão, distribuição e comercialização de eletricidade em uma área de 835.000 quilômetros quadrados. A filial brasileira da Iberdrola tem atualmente uma capacidade de produção no país de mais de 3.700 MW, dos quais quase 88% são renováveis; uma potência que chega a 4.550 MW, se somarmos os projetos em construção.
Por seu turno, o BEI concede este financiamento no âmbito do Mandato de Empréstimos para a América Latina 2014-2020, razão pela qual o acordo está coberto pela garantia orçamentária da União Europeia. Com o seu apoio a este projeto, o banco da UE contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O BEI trabalha na América Latina há quase 30 anos e uma de suas grandes prioridades na região é promover a ação contra as mudanças climáticas.
Redes elétricas inteligentes na Espanha
O banco da UE e a Iberdrola também se uniram para reforçar e avançar em termos da digitalização de uma infraestrutura que é fundamental na descarbonização da economia: as redes de distribuição elétrica. Nesse sentido, assinaram um empréstimo de 440 milhões de euros destinado a financiar novos investimentos na Espanha para infraestruturas que contribuirão para melhorar a confiabilidade da rede e a qualidade do fornecimento.
As redes são um elemento fundamental para a transição energética que favorecem a integração de mais energias renováveis, a mobilidade sustentável, as cidades inteligentes e o consumo descentralizado. A transformação das redes em uma infraestrutura inteligente, mais confiável e segura, está colocando os consumidores no centro da atividade, dando-lhes mais capacidade de decisão e conectividade.
A Iberdrola, através de sua distribuidora i-DE, opera um sistema de distribuição de 270.000 km de linhas elétricas na Espanha, atendendo uma população de 17 milhões. Nos últimos anos, a empresa destinou 2 bilhões de euros à digitalização de suas redes com a instalação de quase 11 milhões de medidores digitais e à infraestrutura que os suporta, bem como à adaptação de cerca de 90.000 centros de transformação na Espanha, aos quais incluiu recursos de gerenciamento remoto, supervisão e automatização.
O BEI e a ação contra as mudanças climáticas
O BEI é um dos maiores fornecedores multilaterais de financiamento em escala mundial para combater as mudanças climáticas. O objetivo do Banco é liderar a mobilização do financiamento necessário para manter o aquecimento global abaixo de 2 ˚C e limitar o aumento da temperatura a 1,5 ˚C com o objetivo de cumprir os objetivos do Acordo de Paris.
Em 14 de novembro passado, o Conselho de Administração do BEI aprovou seus novos objetivos climáticos e a nova política de empréstimos energéticos: o banco aumentará gradualmente o financiamento que destina a objetivos climáticos e ambientais em até 50% no ano 2025, com o objetivo de que o Grupo BEI mobilize, até 2030, pelo menos 1 trilhão de euros para favorecer investimentos que contribuam para atingir esses objetivos. Do mesmo modo, anunciou o propósito de alinhar todas as atividades do Grupo BEI com o Acordo de Paris. Para tal, o BEI deixará de financiar projetos energéticos baseados em combustíveis fósseis a partir do final de 2021.
O BEI é o maior emissor de bônus verdes do mundo e foi a primeira organização que realizou uma emissão neste mercado em 2007.
Em 2018, o BEI forneceu cerca de 1,3 bilhão de euros na Espanha para apoiar a ação a favor do clima, financiando projetos destinados ao desenvolvimento de meios de transporte mais limpos e a implantação de novos processos produtivos menos poluentes e mais ecológicos com o meio ambiente.
O Banco Europeu de Investimentos (BEI) é a instituição de financiamento de longo prazo da União Europeia, cujos acionistas são seus Estados-membros. O BEI facilita financiamento de longo prazo para projetos de investimento viáveis com o fim de contribuir para a consecução dos objetivos da política da UE.
Iberdrola: uma referência na luta contra as mudanças climáticas
A Iberdrola é líder do setor energético global, primeira produtora eólica e uma das maiores empresas elétricas em termos de valor de mercado do mundo. O Grupo fornece energia para aproximadamente 100 milhões de pessoas em vários países, tais como Espanha, Reino Unido (ScottishPower), Estados Unidos (AVANGRID), Brasil (Neoenergia), México, Alemanha, Portugal, Itália ou França. Com 34.000 funcionários e ativos cujo valor supera os 113 bilhões de euros, a empresa teve um faturamento de 35,0759 bilhões de euros e um lucro líquido de 3,014 bilhões de euros em 2018.
A Iberdrola lidera a transição energética rumo a um modelo sustentável através de seus investimentos em energia renovável, redes inteligentes, armazenamento de energia em larga escala e transformação digital, oferecendo os produtos e serviços mais avançados aos seus clientes. Graças ao seu compromisso com as energias limpas, é uma das empresas com as menores emissões e uma referência internacional devido à sua contribuição na luta contra a mudança climática e em prol da sustentabilidade.
A Empresa é o maior emissor corporativo de bônus verdes do mundo, com cerca de 10 bilhões de euros emitidos desde 2014. Também assinou empréstimos por cerca de 1,5 bilhão de euros e linhas de crédito sujeitas a critérios de sustentabilidade por quase 9 bilhões de euros.