O que é o lixo eletrônico
A poluição tecnológica, um problema do século XXI
Celulares, tablets, notebooks e demais dispositivos digitais: sua proliferação está se tornando um problema para o planeta pois ao terminar a sua vida útil, geramos mais de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico, a taxa de reciclagem dos mesmos não é suficiente. Aumentar a reciclagem é essencial para frear as mudanças climáticas e evitar a deterioração do meio ambiente.
Tipos de lixo eletrônico
Quantos celulares você já teve em sua vida? A resposta dessa pergunta lhe dará uma ideia do impacto gerado pelo lixo eletrônico — e-waste — no planeta. 40% dos consumidores trocam de celular a cada dois anons, enquanto 37,8% adquirem um outro modelo após o fim de sua vida útil. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) define resíduo eletrônico como qualquer dispositivo alimentado com energia elétrica cuja vida útil tem um final. Portanto, não estamos só falando de celulares. A seguir, revisamos alguns dos tipos de Resíduos dos Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) existentes conforme uma diretiva da União Europeia (UE):
- Geladeiras, congeladores e outros equipamentos refrigeradores.
- Equipamentos de computação e telecomunicações.
- Equipamentos eletrônicos de consumo e painéis solares.
- Televisores, monitores e telas.
- Lâmpadas LED.
- Máquinas de venda automática.
O problema do lixo eletrônico no mundo
Atualmente mais de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são geradas por ano. Este dado deixa claro a importância crescente da reciclagem, que também apresenta números preocupantes: só se reciclam 17,4% desses resíduos, sendo que algumas regiões como a América Latina recuperam apenas 2,7%. Se esta tendência se mantiver, a ONU estima que poderíamos chegar a 120 milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2050.
O volume de resíduos eletrônicos produzido em termos mundiais e a má administração de sua reciclagem ameaçam o meio ambiente. Entre as substâncias mais habituais que contêm estes resíduos há elementos como: cádmio, chumbo, óxido de chumbo, antimônio, níquel ou mercúrio. Estes componentes tóxicos poluem rios, lagos e mares, emitindo gases à atmosfera que provocam desequilíbrios nos ecossistemas. Reverter o modelo de produção e consumo para diminuir a quantidade de resíduos eletrônicos é, consequentemente, uma obrigação inadiável.
O consumo responsável, capaz de prolongar a vida útil e de frear o crescimento destes resíduos, é uma das respostas para o problema. "A reutilização de equipamentos tecnológicos se converteu na única alternativa contra um sistema de reciclagem ineficiente para reduzir os níveis de lixo eletrônico", comenta Thibaud de Larauze, CEO da Back Market. Esta empresa francesa optou em 2014 pela recuperação ou reforma eletrônica, tendo sido considerada uma das mais inovadoras da Europa.
Como reduzir o lixo eletrônico?
"Os resíduos eletrônicos são do tipo que mais rápido crescem no mundo", garante Peter Bakker, Presidente do Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Diante desse contexto, devemos tomar medidas urgentes. A seguir, revisamos algumas delas:
Reduzir
O consumo de aparelhos cresce e são trocados com mais rapidez. Mudar esta tendência depende tanto do usuário, que deve ser menos permeável às estratégias de marketing que incentivam o consumo, como dos fabricantes, que cada vez mais optam por tendências como o design ecológico.
Reutilizar
Os especialistas em reciclagem eletrônica recomendam que amigos ou familiares herdem os aparelhos que ainda funcionam ou que sejam vendidos em mercados de segunda mão. Também existe a possibilidade de doar o produto a uma ONG especializada.
Reciclar
Quando o produto já não funcionar e não houver possibilidade de ser utilizado por alguém próximo, a opção deve ser a reciclagem. Uma opção para o consumidor é entregar o aparelho antigo no estabelecimento onde for comprar o novo ou em alguma empresa que se dedique à recuperação de equipamentos eletrônicos.
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12 da ONU indica a necessidade de "garantir formas de consumo e produção sustentáveis". No tocante aos resíduos eletrônicos, isto significa conseguir um gerenciamento ecologicamente racional durante seu ciclo de vida, além de reduzir a libertação de tóxicos na atmosfera, água e solo para minimizar seus efeitos negativos na saúde e no meio ambiente.
BENEFÍCIOS DE RECICLAR O LIXO ELETRÔNICO
A extração de minerais de jazidas naturais é muito mais cara do que o processo de recuperá-los dos resíduos tecnológicos para a fabricação de novos dispositivos. Para obter minerais como platina, cobre ou paládio além de ser necessário escavar e processar os materiais, também se usa uma grande quantidade de água ou energia. Aqui entra o conceito de economia circular, baseado no aproveitamento de materiais de produtos reciclados e numa menor dependência da extração de recursos intocados.
A reciclagem de equipamentos eletrônicos melhora a qualidade do meio ambiente e também traz consigo outros benefícios. A União Internacional de Telecomunicações (UIT) considera que estes objetos, se receberem o tratamento de reciclagem adequado, podem gerar oportunidades cujo valor ultrapassa 62,5 bilhões de dólares anuais e criar milhões de novos empregos em todo o mundo. Neste sentido, tanto esta organização como a ONU determinaram como meta aumentar a porcentagem global de reciclagem até 30% e alcançar 50% nos países com legislação sobre resíduos eletrônicos. Atualmente, apenas 17,4% dos resíduos são reciclados, o que ainda está longe desses números.
As más práticas no tratamento dos resíduos eletrônicos são uma desvantagem e acontecem, paradoxalmente, naqueles países que mais quantidade recebem. Falamos de países em vias de desenvolvimento — sudeste asiático e África subsaariana — que geram um impacto ambiental negativo por não terem as infraestruturas adequadas. Entre os métodos ilícitos destaca-se a denominada "reciclagem informal", que consiste em usar produtos tóxicos ao are livre e banhos de ácido.
Modelo de economia circular no Grupo Iberdrola
Na Iberdrola, trabalhamos para respeitar mais a natureza em nossas três áreas estratégicas de sustentabilidade: ação climática, proteção da biodiversidade e economia circular.
Por esse motivo, nosso modelo de negócio sustentável se baseia no modelo de economia circular, um sistema de aproveitamento máximo dos recursos no qual se prioriza a redução do uso de novas matérias-primas por meio da eficiência nos processos, da extensão da vida útil dos produtos e de um firme compromisso com a reutilização e a reciclagem de materiais.