ENTREVISTA COM A ENERGIOT: VENCEDORA DO 'CHALLENGE' PROTEÇÃO DA AVIFAUNA

Energiot, empresa que capta energia para nos ajudar na proteção da avifauna em nossas redes

Natureza P+D+I

Energiot, a empresa vencedora do Challenge de proteção da avifauna da Iberdrola, utiliza a Internet das Coisas (IoT) para monitorar as redes de serviços públicos sem manutenção. Sua solução para o desafio consistiu em um emulador autônomo de depredadores para afugentar as aves, evitando assim o impacto. Saiba mais sobre eles.

A equipe da EnergIoT.
A equipe da EnergIoT.

Esta start-up radicada em Barcelona nasceu das pesquisas do granadino Gonzalo Murillo, engenheiro eletrônico considerado Empreendedor mais inovador da Europa com menos de 35 anos em 2016 pela publicação MIT Technology Review. Posteriormente, associou-se à dupla Joana Cases e Jaume Esteve, que conheceu no Instituto de Microelectrónica de Barcelona (IMB-CNM) do CSIC (Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha) depois de haver estado em vários países.

Após realizar vários programas de aceleração do Climate KIC (Centro Espanhol de Inovação em Mudanças Climáticas) e da aceleradora de start-ups EIT Inoenergy e ganhar o prêmio CleanTech Camp do IMB-CNM (Instituto de Microelectrónica de Barcelona), fundaram a Energiot Link externo, abra em uma nova aba., uma spin-off de dito instituto.

Sua visão: buscar uma energia elétrica mais acessível, econômica, segura, de qualidade e com um menor impacto ecológico.

Para o desafio de proteção da avifauna, apresentaram um dispositivo com fonte de alimentação tipo autobastecimento que, ao detectar a presença de aves perto dos ativos de redes elétrica, emite um ruído que as afugenta.

Em que consiste exatamente o projeto que lhes permitiu ganhar o Start-up Challenge da Iberdrola?

A Energiot desenvolve dispositivos IoT (Internet das Coisas) autoabastecidos baseados na tecnologia de captação de energia para permitir o monitoramento sem manutenção de redes de serviços públicos (energia, água, gás).

Atualmente, estamos focados em aplicações de redes elétricas inteligentes. Usando nossa tecnologia patenteada para captar energia residual, fomos capazes de desenvolver um dispositivo de baixo custo que não precisa de uma bateria para funcionar e pode monitorar os ativos da rede elétrica como condutores, torres, isoladores o subestações.

A Iberdrola ou outros operadores de rede podem utilizar essa informação para otimizar sua operação e manutenção, conseguindo assim uma redução estimada de até 20 % em seus custos. Entre outras questões, é possível detectar mais rapidamente falhas elétricas, realizar manutenção preditiva dos ativos, uma melhor integração de fontes renováveis e permitir uma gestão dinâmica da capacidade máxima transmitida pelas linhas elétricas, conhecida como Dynamic Line Rating (DLR).

Além disso, para dar conta do desafio proposto pela Iberdrola, a Energiot apresentou uma inovadora solução para a proteção da avifauna ao redor das redes elétricas.

Trata-se de um dispositivo agregado ao sistema de redes inteligentes da Energiot que permite repelir as aves que podem pousar em condutores ou torres elétricas, evitando assim sua eletrocussão, a qual produz um irreparável impacto ecológico. Esse dispositivo está composto por duas partes. Primeiro: um detector de presença das aves, que usa diferentes tipos de sensores que detectam quando uma delas se aproxima dos vários ativos ou componentes de uma rede elétrica. Ao ser detectada, esse dispositivo dispara um alarme que emite um ruído que alerta a ave, provocando que se afaste dos condutores e torres, protegendo assim a vida animal e prevenindo acidentes que possam comprometer a segurança e o fornecimento de energia a cidades e outras regiões.

Dispositivo agregado ao sistema de redes inteligentes da EnergIoT.
Os dispositivos detectam as aves e emitem um som para as afugentar.

Como vocês chegaram até essa solução?

Quando vimos que a Iberdrola e outras empresas de distribuição e transmissão de energia tinham o mesmo desafio de proteção da avifauna, pensamos como o nosso dispositivo inteligente poderia ser usado para este fim. Pesquisamos as soluções disponíveis no mercado para repelir aves e adaptamos as melhores opções para criar um dispositivo que pudesse funcionar de maneira autônoma, utilizando nossa tecnologia de coleta de energia piezoelétrica, completando com uma placa solar e uma bateria.

Nosso dispositivo de IoT independente para o monitoramento de redes está baseado na tecnologia piezoelétrica, desenvolvida durante mais de 10 anos de pesquisa. Gonzalo Murillo, fundador da Energiot, é engenheiro em eletrônica e fez um doutorado em microeletrônica, focado na coleta de energia mecânica ambiental com microrressonadores. Tomando como base sua pesquisa, que lhe serviu para ser nomeado Empreendedor mais inovador da Europa com menos de 35 anos em 2016 pela publicação MIT Technology Review, foi possível desenvolver um mecanismo de baixo custo que permite abastecer dispositivos IoT de baixa potência, evitando assim o uso de baterias.

Quais são as inovações que o seu projeto traz consigo? O que os torna únicos ou diferentes?

A grande inovação da Energiot se assenta em sua capacidade para desenvolver dispositivos autônomos que não utilizam baterias. As tecnologias piezoelétricas utilizadas estão patenteadas e sob segredo industrial, permitindo que nossos dispositivos funcionem em qualquer ativo das redes elétricas: condutores, torres, isolantes e subestações.

A diferença com relação a outras soluções do mercado é que este dispositivo tem um custo muito mais baixo, sendo menos volumoso e menos pesado, o que permite uma implantação global. É mais flexível e não precisa de manutenção: você o instala e já não se preocupa mais. É fácil de manejar e instalar.

Por que vocês decidiram participar do Start-up Challenge?

A Iberdrola é uma das empresas de referência para nós. É um dos distribuidores mais inovadores do mundo e consideramos que é uma excelente oportunidade para nos aproximarmos da empresa e poder implementar esse projeto. A visão da Energiot é ser uma das empresas de IoT líderes no mundo, especialmente no campo das redes elétricas inteligentes. Além disso, a sustentabilidade é um valor importante para nós e o desafio proposto pela Iberdrola nos permite colocar em prática nossa solução e ter um impacto ecológico muito positivo.

O que significa para vocês terem sido selecionados? Como irá contribuir para o progresso de seu projeto e de sua empresa?

Estamos muito satisfeitos de termos sido selecionados e por todo o apoio e dedicação da equipe da Iberdrola. Tudo fluiu de forma muito profissional e transparente. Esta colaboração foi muito satisfatória e teve um grande valor. O fato de haver sido selecionados é uma confirmação do valor agregado e da qualidade de nossa solução. Temos a oportunidade de seguir adiante, inovando e trazendo uma solução que criará um alto impacto no mercado.

Com o projeto-piloto desenvolvido e avaliado, podemos melhorar nossa solução com a ajuda da Iberdrola e, no final do mesmo, poderemos lançar uma versão comercial de ambos os produtos adaptada às necessidades da Companhia: proteção de aves e dispositivo IoT para otimizar as redes inteligentes.

Como vocês acham que iniciativas como o Programa internacional de start-ups da Iberdrola (PERSEO) pode ajudar as start-ups e as novas empresas?

O processo de validação do produto e do mercado é muito difícil para as start-ups, pois muitos clientes e investidores são relutantes com relação ao risco e à inovação. Tudo isso torna mais lento e mais difícil lançar uma solução de inovação disruptiva, dado que exige um capital elevado para desenvolver a solução. A iniciativa PERSEO é muito bem-vinda pelas start-ups neste momento, pois nos acerca ao cliente, permitindo que sejamos cocriadores, e fornece um voto de confiança e recursos que ajudam a promover a solução. Seria muito importante para o mercado que mais empresas de grande porte tivessem essas iniciativas de inovação e apoio às start-ups, colaborando não só com recursos econômicos, mas também com a predisposição de realizar projetos-piloto e proporcionar conhecimentos técnicos e visão de mercado no desenvolvimento de soluções inovadoras.

Nos gustaría saber más sobre vuestra start-up. ¿Cuál es su línea de trabajo? ¿Cómo la creasteis?

Energiot es una empresa tecnológica basada en las investigaciones su fundador, Dr. Gonzalo Murillo. Fue fundada a fines de 2017 gracias al apoyo de Climate KIC e EIC Innoenergy y es una spin-off del Instituto de Microelectrónica de Barcelona (IMB-CNM) del CSIC. A finales de 2018, la empresa se centró en soluciones de IoT para redes eléctricas, debido a la mejor viabilidad tecnología de nuestros dispositivos en este sector y al mayor impacto global en la sociedad. Queremos ayudar a las empresas de distribución y transmisión de electricidad a conseguir una energía eléctrica más accesible, económica, segura, de calidad y con un menor impacto ecológico.

Nuestra línea de trabajo hoy es llevar soluciones de IoT autónomas al sector eléctrico. Nuestro principal producto es un dispositivo IoT para monitorizar redes eléctricas y optimizar su operación y mantenimiento. Junto con Iberdrola, también estamos desarrollando una funcionalidad añadida para prevenir accidentes con aves. De esta forma, pretendemos reducir el impacto ecológico asociado a la distribución y transmisión de electricidad, tan necesaria en la sociedad del siglo XXI, mientras protegemos el ecosistema y su avifauna.

Además del proyecto propuesto para el Start-up Challenge de Iberdrola, ¿qué otro tipo de productos o servicios ofrecéis?

Básicamente, nuestro enfoque de producto principal se está aplicando ya al proyecto con Iberdrola. Cabe destacar que nuestro dispositivo recopila de la red eléctrica varios parámetros clave, como son temperatura, humedad, aceleración, luz o campo magnético. Esta información se envía a la nube y se transforma en información útil para una serie de aplicaciones para los operadores de red:

  • Mantenimiento predictivo de los activos de la red, en lugar del tedioso mantenimiento periódico usado hoy en día. Detectar de esta manera cuando se acerca el final de la vida útil de un activo, antes de que el mismo falle, optimizando su tiempo de vida y evitando gastos de mantenimientos innecesarios. Esto es muy beneficioso, ya que permite a las empresas evitar gastos de personal redundantes y recurrentes por mantenimiento.
  • Optimización de la carga operativa de la red e incremento de la integración de energías renovables. Hoy en día, existe un gran incremento en el uso de fuentes renovables lo cual a priori parece una maravillosa noticia para la sostenibilidad del planeta y hacia un futuro más verde. Sin embargo, el uso de generadores distribuidos y dependientes de variable cambiantes (luz o viento) aumenta la complejidad y el coste de la operación de la red eléctrica. Se pierden miles de millones de euros al año en todo el mundo para equilibrar el flujo de energía generada y la consumida. Un conocimiento a tiempo real de la capacidad máxima que puede ser transportada por las diferentes líneas de la red (algo que es también cambiante y dependiente de temperatura ambiente, viento, lluvia y orografía) es vital para permitir una gestión dinámica de la misma. Esto se conoce como Dynamic Line Rating (DLR) y será algo imprescindible en los próximos años para permitir una mayor penetración de las renovables.
  • Identificar accidentes y eventos. El 8 % de los incendios forestales no intencionados es producido por el contacto de vegetación con las líneas eléctricas. Esto, además de ser una gran catástrofe ecológica, también afecta gravemente al funcionamiento de la línea y la pronta detección de este evento es vital para reducir el impacto a todos los niveles. Las conexiones ilegales a las redes eléctricas, conocidos comúnmente como enganches, son un fraude que pagamos todos los usuarios y que puede ser reducido conociendo también de manera dinámica el flujo de energía eléctrica a través de las redes.

Todos estos problemas generan costes adicionales y perjudican el suministro energético. Nuestro dispositivo ayuda a los operadores a monitorizar a tiempo real y resolver estos desafíos. Nuestra visión es la de crear un "Google Maps" de la red eléctrica que permita en el futuro una gestión dinámica de la misma.

¿Podéis hablarnos un poco más de cada uno de vosotros? ¿De dónde sois? ¿Cómo os conocisteis? ¿Tenéis algún tipo de experiencia previa en start-ups u otros proyectos empresariales? Queremos saber vuestra historia.

Gonzalo Murillo nació en Granada, donde cursó sus estudios en Física e Ingeniería Electrónica. Se fue a Barcelona para realizar su doctorado en la Universitat Autónoma de Barcelona (UAB) y realizó numerosas estancias en centros internacionales de reconocido prestigio en Francia, Dinamarca, Alemania y Estados Unidos, además de formarse en emprendimiento y gestión empresarial. Más tarde, trabajando en el Instituto Internacional de Nanotecnología en Portugal, decidió volver a España, en el Instituto de Microelectrónica Barcelona (IMB-CNM, del CSIC). Allí conoció a Joana y Jaume, donde juntos fundaron Energiot Enlace externo, se abre en ventana nueva. en 2017, después de ganar el premio CleanTech Camp y realizar varios programas de aceleración de Climate KIC e EIT Innoenergy. Tienen una amplia experiencia en innovación, investigación y desarrollo. Más tarde, Pablo Ribeiro se unió a la start-up. Brasileño con experiencia en negocios y desarrollo de productos, trabajo en Endeavor, la mayor red de apoyo de emprendedores de alto impacto con aceleración empresarial. Fue gracias a Innoenergy y mediante una entrevista en una bonita cafetería en Barcelona como Gonzalo, Pablo y Mario Acosta, un brillante ingeniero de producto de Energiot, se conocieron. El feeling personal, la afinidad de propósito y visión hicieron que comenzaran a colaborar en este sueño en 2018.

¿Cuáles son vuestros próximos proyectos?

Hoy, además del piloto con Iberdrola, estamos realizando otro proyecto con una empresa francesa en una isla del Pacifico. También estamos en conversación con otros clientes potenciales en España, Portugal, Colombia y Chile. Esperamos validar en los siguientes meses todos los casos de uso en dichos pilotos y poder hacer despliegues más masivos durante 2022 y lanzar nuestra plataforma de inteligencia Grid Analytics para la monitorización de redes eléctricas, haciéndolas más inteligentes. Además, nuestros dispositivos pueden ser usados en otras aplicaciones como movilidad inteligente o mantenimiento predictivo en industria 4.0, por lo que se espera una futura diversificación de productos.