APLICAÇÕES DO BLOCKCHAIN NA INDÚSTRIA DA ARTE

O 'blockchain' revolucionará a indústria da arte

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As aplicações do blockchain chegaram ao mundo da arte. Essa tecnologia, na qual se baseia o bitcoin ou moeda virtual, já pode ser aplicada às indústrias criativas para superar grande parte dos obstáculos enfrentados pelos autores hoje em dia. Algumas de suas principais vantagens consistem em garantir, entre outros aspectos, direitos autorais, transparência nas vendas ou proveniência das obras.

COMO O 'BLOCKCHAIN' AJUDA O SETOR DA ARTE?

As aplicações de blockchain — ou cadeia de blocos — são bastante conhecidas no setor das finanças. Elas permitem operações seguras na internet como o pagamento com criptomoedas ou os contratos inteligentes (smart contracts). Uma análise do mercado de blockchain em 2021 pela Markets and Markets revela que o setor poderia crescer de um valor de 4,9 bilhões de dólares (em 2021) para 67,4 bilhões de dólares em 2026.

As aplicações de blockchain na música, no cinema, no teatro ou na indústria editorial poderiam significar melhorias revolucionárias em um futuro não muito distante. Em 2020, começaram a se falar dos NFTs (non fungible tokens), que já revolucionaram o mercado de arte tradicional. Um NFT é um contrato digital blindado com tecnologia blockchain que garante a propriedade e autenticidade de uma obra de arte.

A pandemia desencadeou uma mudança sistêmica no mercado de arte e a Internet se tornou o principal canal de vendas no mundo, de acordo com o relatório Online Art Trade Report 2021, elaborado pela Hiscox. Em particular, Art Basel e UBS destacam o crescimento do mercado de NFTs, cujos números dobraram em 2021, chegando a 2,6 bilhões de dólares (cerca de 2 bilhões de euros).

Estas são as principais vantagens da aplicação da blockchain na arte:

REDUÇÃO DE INTERMEDIÁRIOS

O número de intermediários nas operações de compra e venda dificulta o acesso dos autores ao seu público e encarece seus trabalhos.

As iniciativas baseadas em aplicações de blockchain e smart contracts devolverão aos artistas o controle de suas obras. Assim, eles poderão mostrar ou vender seus trabalhos para potenciais compradores em um ambiente on-line seguro e a preços rentáveis.

É o que faz a Maecenas Fine Art, pioneira nos leilões de arte via blockchain. Nessa plataforma, os vendedores fazem um inventário de suas obras, e os investidores podem comprá-las por fragmentos, tornando o custo da operação mais baixo. Sem intermediários e com a transparência, rastreabilidade e rapidez que o blockchain possibilita.

GARANTE A PROPRIEDADE INTELECTUAL

O blockchain também pode ser aplicado a inovações na área de direitos autorais. Graças a essa tecnologia, podemos armazenar de forma permanente a propriedade intelectual de um trabalho na nuvem e administrá-la de onde e quando quisermos.

Isso melhora a transparência e garante os direitos autorais em um momento delicado para a evolução da arte na internet: durante os primeiros nove meses de 2021 foram registradas 132 bilhões de visitas a sites piratas, 16% mais do que no mesmo período em 2020, de acordo com um estudo da empresa Muso, sediada em Londres, sobre pirataria on-line (últimos dados disponíveis).

A Kodak e a Baidú são duas empresas com iniciativas blockchain para proteger e gerenciar a propriedade intelectual das fotografias que circulam na rede. A primeira por meio de uma criptomoeda única para comprar imagens dentro de sua própria plataforma; e a segunda usa um app onde as informações de copyright ficam armazenadas no blockchain.

MELHORA A RASTREABILIDADE DAS CRIAÇÕES

Outra aplicação do blockchain é melhorar a rastreabilidade das obras de arte. Como se trata de uma tecnologia criptográfica complexa, podemos registrar o percurso completo de um quadro, escultura ou qualquer objeto valioso, desde a criação até seu destino final.

No blockchain são armazenadas informações de, entre outras coisas, registros, vendas, estudos, análises, certificações e avaliações de uma obra. Assim, é possível reduzir o tráfico ilícito de bens culturais e também resolver o problema das falsificações.

Vantagens do blockchain na arte

Além de eliminar intermediários, proteger os direitos autorais e facilitar o rastreamento da arte, o blockchain tem outros benefícios:

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Quebrar o monopólio da indústria

O blockchain capacita pequenos artistas empreendedores a acabar com o domínio de grandes casas de leilão e galerias de arte.

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Mantendo o anonimato do colecionador

O blockchain fornece dados públicos sobre obras de arte sem revelar a identidade dos colecionadores.

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Conectar artistas

Criará um mercado on-line interconectado onde os criadores poderão comprar materiais e ferramentas mais baratos.

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Certificar a propriedade do colecionador

Em casos de roubo, perda ou destruição de uma obra de arte o seus documentos legais, os proprietários podem comprovar seus direitos de propriedade para as companhias de seguro.

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Promover a criação de arte digital

O blockchain facilita o trabalho de artistas que dependem de algoritmos de computador ou elementos digitais para criar suas obras de arte.

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Certificar a qualidade dos arquivos

O blockchain certifica a produção de imagens originais ou de alta qualidade em trabalhos feitos em uma tela.

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Operar com criptomoedas

Compra e venda são aceleradas, e as comissões bancárias cobradas sobre as transferências desaparecem.

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Galerias de digitalização

Os espaços físicos peãderao protagonismo para um mercado on-line descentralizado e autônomo que operará por meio de contratos inteligentes.

O SUCESSO DA OPEN MUSIC INITIATIVE

O salto da música para a Internet provocou uma mudança radical nessa indústria. Do reprodutor de CD passamos para a reprodução contínua (streaming) e para serviços como o Spotify —com 433 milhões de usuários ativos no segundo trimestre de 2022 de acordo com a própria empresa— ou o Youtube —mais de 5 bilhões de reproduções diárias de vídeos em 2022, de acordo com a MerchDope—, que dominam os conteúdos musicais no mundo.

Com essa mudança, os músicos pediram uma solução que permitisse que eles tivessem o domínio de suas criações e recebessem uma porcentagem mais justa por elas. Entre as diferentes aplicações do blockchain surgiram plataformas como a Open Music Initiative, sem fins lucrativos e que devolve aos autores o controle de suas obras.

Essa iniciativa do Berklee College of Music e do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) rastreia o uso de uma determinada obra musical, seu número de reproduções e onde ela foi reproduzida. Ela também permite elaborar contratos inteligentes (smart contracts) para que os artistas vendam os direitos de sua própria composição com segurança e autonomia.

No mercado da venda de ingressos apareceram serviços de blockchain para reduzir a fraude e a especulação. Por meio de tickets inteligentes são elaborados registros únicos de compradores autorizados para que os responsáveis por eventos possam controlar e bloquear os ingressos de revenda.

Outras tecnologias que revolucionaram a arte.
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